Centro de arte contemporânea nasce na antiga fábrica da Oliva de São João da Madeira
O novo centro de arte contemporânea será gerido pela Fundação de Serralves e contará com uma colecção de arte doada por um casal de São João da Madeira
A Dentro de cinco anos, parte do actual complexo industrial da empresa metalúrgica Oliva, em São João da Madeira, será um centro de arte contemporânea com uma extensão de cerca de quatro mil metros quadrados. O primeiro passo foi dado ontem: a câmara são-joanense assinou um protocolo de colaboração com a Fundação de Serralves, instituição que fica responsável pela planificação e implementação do projecto no terreno, além de ser igualmente responsável pela sua gestão. E há um segundo passo a ter em conta. Ontem mesmo foi formalizada a doação da colecção de arte do casal são-joanense José e Norlinda Lima. Ao todo, o acervo do casal é composto por cerca de mil peças de arte, entre elas algumas pinturas de Paula Rego, Vieira da Silva, Júlio Resende ou Graça Morais. Além desta colecção, José e Norlinda Lima possuem um espólio documental, que será inventariado num prazo de um ano, e que também será doado ao município. Neste momento, cerca de 200 obras da colecção estão já num processo de inventariação, o qual deverá estar concluído dentro de três meses.
Indústrias criativas
José Lima, membro do PS da assembleia municipal, doa o acervo, considerado uma referência nacional, ao executivo social-democrata, para o qual já reservou as antigas instalações da Oliva. "O centro de arte contemporânea contempla uma zona de exposição específica para esta colecção", confirmou ao PÚBLICO o presidente da autarquia de São João da Madeira, Castro Almeida. "A nossa ideia é que no miolo do complexo industrial da Oliva, que vamos recuperar para que seja instalado um edifício para indústrias tradicionais, tenhamos um núcleo cultural", acrescenta o autarca. No mesmo espaço surgirá uma área destinada ao acolhimento de indústrias criativas, num investimento total de cerca de quatro milhões de euros.
O objectivo deste núcleo cultural centra-se na promoção do desenvolvimento sociocultural, artístico, turístico e mesmo económico do município mais pequeno do país em termos de área, sem esquecer o contexto da área metropolitana em que se insere. "Um núcleo que - adianta ainda o mesmo Castro Almeida - se articulará com o pólo de indústrias criativas e a Casa das Artes do Espectáculo".