Centro de distribuição nacional da Sonae vai ocupar antiga fábrica da Opel

O novo centro da holding de distribuição do grupo Sonae representará uma expansão das instalações que já possui no município azambujense. Vai ocupar cerca de 10 hectares e empregar mais de 1000 trabalhadores. O grupo Turiprojecto, que já entregou a primeira fase do projecto de arquitectura na Câmara de Azambuja e solicitou autorização para iniciar as demolições da antiga fábrica automóvel, espera iniciar as obras em Julho.

Segundo José António Carmo, presidente da Turiprojecto - grupo de Alverca que venceu o concurso lançado pela General Motors Portugal para vender o antigo complexo fabril -, o centro de distribuição nacional da Modis vai ocupar toda a área prevista para logística no estudo inicial. O empresário disse ao PÚBLICO que ao longo deste ano não apareceu nenhuma empresa interessada em investir ali em actividades industriais e que, nessas condições, o projecto vai contemplar apenas alguns espaços para indústrias de pequena dimensão. Para além do complexo da Modis, o parque contemplará um hotel, um museu dedicado ao automóvel e à presença da Opel, equipamentos sociais e áreas comerciais. Inclui, também, um supermercado e estabelecimentos de restauração que sirvam as diversas empresas instaladas ao longo daquele troço da Estrada Nacional 3.

"Não está a haver investimento em indústria em Portugal. Para haver investimento em indústria é preciso que o Estado dê fortes incentivos. As empresas industriais estão é a fechar e a falir. Não há investimento nessa área", sustentou José António Carmo, frisando que a opção foi apostar nas actividades comerciais e de distribuição.

O espaço da antiga fábrica da Opel estende-se por cerca de 22 hectares e será em grande parte ocupado pela Modis. José António Carmo acredita que o número de postos de trabalho que a Sonae vai criar, somados aos que vão ser criados pelas restantes actividades previstas, vão ultrapassar os 1380 empregos anunciados quando a Turiprojecto soube que tinha assegurado a compra do espaço e o número de postos de trabalho (1100) extintos com o fecho da fábrica.

"Queremos começar as obras no mês que vem. Temos alguma pressa porque temos o investimento parado. Penso que a construção demorará dois anos a dois anos e meio", previu o patrão da Turiprojecto, frisando que todo o parque empresarial envolve um investimento de cerca de 80 milhões de euros.

Joaquim Ramos, presidente da Câmara de Azambuja, sustenta que a instalação do centro da Modis é muito positiva para o concelho. A edilidade está a analisar a primeira fase do projecto de arquitectura entregue pela Turiprojecto. "Penso que terá havido alguma alteração de estratégia. Para nós, é claro que Azambuja é uma zona logística importante e que isso mesmo está fixado no Plano Regional de Ordenamento do Território. Desde que cumpra todas as regras não pomos nenhum obstáculo a isso", vincou o autarca socialista, frisando que Azambuja quer afirmar-se como a "porta Norte" de Lisboa também nesta área.

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