No passado 9 de Junho de 1957

O escritor italiano Curzio Malaparte, filho de um alemão e de uma italiana, chamava-se no dia em que nasceu, a 9 de Junho de 1957, Kurt Erich Suckert. Mas em 1925 passou a usar um pseudónimo: Curzio Malaparte, porque acreditava ser um novo homem. A sua vida dava um filme. De tantas voltas e reviravoltas. A sua casa vermelha ficou para a posteridade no promontório de Massullo, na ilha de Capri, com arquitectos em romaria para ir ver a criação do arquitecto Adalberto Libera. O que se sabe é que Malaparte pediu a Libera que lhe construísse uma \u201Ccasa come me\u201D, Bruce Chatwin, que escreveu sobre ela no seu livro de ensaios Anatomia da Errância, disse que a casa era tão dura e severa como ele próprio julgava ser: \u201CNo seu bloco de notas, em grandes letras negras escrevera um cabeçalho: Casa Come Me - e, na verdade, até ao mais pequeno pormenor burguês, a casa é uma biografia do seu proprietário.\u201D A biografia de Malaparte não é coisa que se diga em três linhas, A sua vida foi maior do que o que aqui cabe. Para já escreveu duas obra-primas, Kaputt (1944) e A Pele (1949). Foi voluntário durante a Primeira Guerra Mundial, foi diplomata em Varsóvia, fundou alguns dos mais importantes jornais italianos. Acabou fascinado pelo fascismo, mas depois de ter criticado Hitler e Mussolini foi expulso do Partido Nacional Fascista. Foi preso. Depois da Segunda Guerra Mundial aproximou-se dos ideais comunistas mas só antes de morrer a sua inscrição no Partido Comunista Italiano foi autorizada. Foi dramaturgo, romancista e produtor. Dedicou-se ao cinema e recebeu um prémio no Festival de Berlim em 1951.

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