Navios da Força de Resposta da NATO estão de passagem por Lisboa

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As embarcações permanecem no Porto de Lisboa até segunda-feira Carlos Lopes (arquivo)

No navio-chefe espanhol Blas de Lezo (F-103), atracado no Porto de Lisboa, o contra-almirante da marinha espanhola Juan Rodriguez disse à comunicação social que neste momento a força naval SNMG 1 (Standing NATO Maritime Group One) "está a preparar-se, mantendo vigilância marítima". "Estamos numa fase de preparação para integrar a NRF. A fase de preparação termina com um processo de certificação em Junho. A NATO certificará que estamos prontos para fazer parte da NRF e desempenhar as missões que sejam necessárias", disse.

"Faremos parte dessa força em Agosto e está previsto que sejamos sete em vez de quatro navios. Estamos a preparar-nos para isso e para muito mais, para aumentar a compatibilidade entre as marinhas, para nos conhecermos melhor, para desenvolvermos confiança mútua", acrescentou Juan Rodriguez, que comanda a SNMG1 desde Janeiro e no início de 2009 será substituído por um português.

O navio-chefe chegou a Lisboa juntamente com o Blas de Lezo - um navio de defesa antiaérea, que dispõe do sistema de radar AEGIS, que rastreia alvos ininterruptamente - a fragata portuguesa Vasco da Gama, a fragata alemã Lübeck e a fragata norte-americana USS Nicholas, os quatro vasos de guerra que actualmente integram a SNMG1.

Linguagem comum

Questionado sobre a conjugação das diferentes marinhas, o contra-almirante Juan Rodriguez respondeu que "a coesão entre as forças da NATO está já muito desenvolvida, existem procedimentos comuns". "Eu tenho muito menos dificuldades em entender um marinheiro português do que um advogado espanhol. Temos a mesma doutrina, os mesmos procedimentos e levamos 40 anos a fazer operações juntos", observou.

"Na área das comunicações, os países cada vez progridem mais e é mais difícil manter a compatibilidade, mas são dificuldades que se vão resolvendo", considerou o contra-almirante da marinha espanhola. "Os nossos protocolos de informação são os mesmos, não há dificuldade em compatibilizar dados com os demais barcos. Os que têm sensores de maior alcance dão mais dados, mas no fim compatibilizam-se todos", adiantou.

Juan Rodriguez referiu que a força naval multinacional que comanda tem como "missões mais prováveis prestar auxílio humanitário e interdição marítima" e dispõe de dois helicópteros, "boas equipas médicas e boas enfermarias em todos os barcos" e pode "transportar centenas de pessoas em situação de emergência". O objectivo da SNMG1 "é proporcionar uma capacidade permanente à disposição da Aliança Atlântica para qualquer missão que lhe possa ser destinada, desde prestar auxílio humanitário em caso de catástrofe até à prevenção de crises ou de conflitos e do terrorismo", sublinhou o comandante.