Catarina Eufémia é assassinada pela GNR
A 19 de Maio de 1954, em Baleizão, a GNR investiu sobre um grupo de camponesas que reivindicavam um aumento do salário. Do confronto resultou a morte de Catarina Eufémia, então com 26 anos, mãe de três filhos. Desde então este nome passou a ser símbolo da resistência e da luta contra a ditadura. Os protestos "por trabalho e pão", em que se incluía este de Catarina Eufémia, eram enquadrados, à época, pela estrutura clandestina do PCP. A mitificação da luta de Catarina Eufémia nasceu e a imagem da mártir só foi reescrita quando, há menos de três anos, o médico que dirigiu a autópsia tornou público que a camponesa não estava grávida. A luta da camponesa como símbolo de capacidade reivindicativa das populações é todos os anos celebrada pelo PCP, com direito à presença do secretário-geral do partido. E Jerónimo de Sousa estará no domingo em Baleizão para presidir à evocação que se realiza junto à estátua erguida após o 25 de Abril de 1974 no local onde Catarina soçobrou aos três tiros disparados pelo tenente da GNR Carrajola. S.J.A.