Ministra do Ambiente brasileira pediu a demissão

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A Greenpeace considera um desastre o pedido de demissão da ministra Jamil Bittar/Reuters

Segundo a “Folha de São Paulo” online, o principal motivo de descontentamento de Marina Silva eram as medidas de combate à desflorestação, especialmente na Amazónia. No ano passado, a ministra terá entrado em conflito com a Casa Civil por causa da agilização na atribuição de licenças concedidas pelo Ministério do Ambiente às fábricas e hidroeléctricas, medida defendida por Lula da Silva.

A ministra entrou em conflito também com o Ministério da Agricultura, por causa do incentivo dado pelo ministro Reinhold Stephanes à plantação de cana-de-açúcar em zonas degradadas da Amazónia, do Pantanal e da Mata Atlântica.

A organização ambientalista Greenpeace considera “um desastre” o pedido de demissão da ministra. Este “é a prova cabal e derradeira das reais intenções do Governo Lula em relação a essa questão. O ambiente, a questão da Amazónia, perdeu o seu anjo da guarda, a única voz no Governo que ainda defendia a prudência, o juízo em relação às questões ambientais”, afirmou à Folha online Sérgio Leitão, director de políticas públicas da Greenpeace.

Sérgio Leitão lembrou que a coordenação do Plano Amazónia Sustentável foi entregue ao ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger que, para a Greenpeace, não tem tradição na defesa do Ambiente.

“Se o Governo tinha alguma credibilidade nas questões ambientais, era por causa da ministra Marina Silva”, comentou José Maria Cardoso da Silva, da organização Conservation International para a América do Sul.

A saída da ministra é bem vista por agricultores. “Espero que o próximo ministro não seja tão radical quanto a Marina. Ela era um obstáculo ao desenvolvimento económico do Brasil”, disse Rui Prado, responsável pela federação agrícola de Mato Grosso.

Marina Silva nasceu numa família humilde no estado do Acre e trabalhou como empregada doméstica antes de conseguir tirar uma licenciatura. Trabalhou de perto com o activista Chico Mendes no apoio às comunidades locais contra os grandes agricultores e madeireiros até este ter sido assassinado em 1988.