Oposição terá ganho presidenciais no Zimbabwe mas não evita segunda volta

Foto
Os resultados oficiais das presidenciais no Zimbabwe são divulgados amanhã mas tudo indica uma segunda volta Howard Burditt/Reuters

Segundo fontes governamentais que não quiseram identificar-se, Mugabe quis adiar a divulgação destes resultados, que estavam prometidos para serem libertados amanhã, para tentar prolongar o seu poder que dura já há 28 anos no país.A indefinição e atraso na divulgação dos resultados mergulhou o país num clima de pressão, com a oposição a acusar Mugabe de perseguições e execuções camufladas.

Tsvangirai diz que o seu partido, o MDC, o Movimento para a Mudança Democrática, acredita que a diferença prova que o povo quer uma mudança de poder, mas que concorda com uma segunda volta se o acto eleitoral for acompanhado por observadores das Nações Unidas. Segundo a lei, se Tsvangirai se recusar a uma segunda volta Mugabe ganha automaticamente.

“Estes são os números oficiais e o MDC sabe disso mas quer inflacionar os resultados para reclamar uma falsa vitória”, disse um represneyante do partido do Governo, o ZANU-PF.

A Comissão Eleitoral não comentou esta fuga de informação. Os candidatos são esperados amanhã para verificar o apuramento de resultados. A oposição também não quis comentar.

Com uma economia a sofrer uma taxa de 165 mil por cento de inflação e com uma escassez de comida, combustíveis e de moeda estrangeira no país, o Zimbabwe acredita cada vez menos que estas eleições possam trazer uma reviravolta na economia nacional.

E o MDC acusa Mugabe de estar a levar a cabo uma política de repressão e violência para obrigar o povo a votar nele numa segunda volta, acusações que o Governo nega.

Da reunião dos países membros do Conselho de Segurança da ONU, realizada ontem, os membros recomendaram que se devia estudar o envio de uma missão para o Zimbabwe. Mas a ideia é entendida como “um acto de desespero do Reino Unido e dos seus fantoches do MDC”, disse Bright Matonga, Ministro da Informação, em declarações à Reuters. A ideia de enviar uma missão é apoiada pela UE e pelos EUA. Mas a África do Sul, que preside actualmente ao Conselho de Segurança, disse que a questão agora não é importante, decisão em que foi apoiada pela China, Rússia, Vietname e Líbia.