Manuel Pinho confiante na ajuda das exportações e investimento para superar a crise

Bruxelas prevê um crescimento de entre 4,5 e cinco por cento nas exportações deste ano
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Bruxelas prevê um crescimento de entre 4,5 e cinco por cento nas exportações deste ano Adriano Miranda (arquivo)
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Pinho relevou a previsão de crescimento de 1,7 por cento para Portugal, anunciada ontem pela Comissão Europeia, uma correcção de três décimas em relação ao anterior número, destacando que iguala a dos restantes parceiros da Zona Euro – cujo valor foi também revisto em baixa em cinco décimas.

"A revisão em baixa do PIB português é substancialmente inferior da média europeia" e o "crescimento do investimento é maior do que se pensava há uns meses atrás", representando "sinais positivos" apesar da crise internacional.

Há um "abrandamento menor que a média das economias europeias" e "num ano caracterizado pela crise, Bruxelas prevê uma inflação" inferior aos restantes países, salientou Manuel Pinho.

Por outro lado, o "número previsto por Bruxelas das exportações para 2008, entre 4,5 e cinco por cento, é da mesma ordem de grandeza" do total que se verificou entre 2001 e 2003, salientou o ministro.

Já entre 2004 e 2007, "as exportações subiram 20 por cento" pelo que esta redução das estimativas será sempre superior aos piores períodos recentes da economia nacional, notou Manuel Pinho, que se mostrou ainda mais optimista, com a resolução do problema das contas públicas.

"A economia portuguesa tornou-se mais competitiva" desde 2005, apesar de "vários factores negativos" como as políticas de "saneamento das contas públicas", a diferença cambial entre o euro e o dólar ou os aumentos para o dobro do preço do petróleo e das taxas de juro.

"A economia portuguesa está habituada a lidar com as dificuldades e a vencê-las" mas, para essa batalha, as "PME's são importantes", sublinhou Manuel Pinho.

"É a própria existência de uma rede de PME's competitivas que garante o sucesso das grandes empresas" implantadas em Portugal, disse, recordando que o país é considerando um "exemplo" nesta área, devido às políticas de "simplificação administrativa", com "mecanismos de financiamento inovadores".

Apesar do discurso marcadamente optimista, Manuel Pinho revelou temer que o "comportamento aventureiro de vários bancos" possa "vir a criar problemas na economia real e na vida das empresas".
No que respeita ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), o ministro apelou aos empresários para apresentarem candidaturas que preencham os requisitos previstos pela tutela.

O novo QREN tem "três objectivos: selectividade, celeridade e prioridade às PME's", salientou o ministro. Para já, foi aberto "um primeiro concurso para 481 empresas com 289 milhões de incentivos", acrescentou ainda.