“Carjacking” cresce e é cada vez mais violento

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Paulo Portas apresenta hoje 15 medidas para prevenir e combater este tipo de criminalidade Carlos Lopes (arquivo)

Comparativamente com 2006, a PJ diz que este crime aumentou dez por cento em 2007, sem contabilizar os dados da GNR e da PSP, que falam num crescimento de 34 por cento. Dentro dos crimes à mão armada, o “carjacking” tem vindo a ganhar peso, passando de pouco mais de 13 por cento para quase 16. Por outro lado, o frequente recurso a armas de fogo – em 80 por cento dos casos – faz com que esta forma de roubo seja conhecida pela elevada violência.

Depois da Audi, os carros mais cobiçados são da marca BMW, Volkswagen e Mercedes, pelo que a PJ sublinha a tendência para se preferirem carros de gama alta, a partir da análise dos 361 casos investigados no ano passado, a maior parte das directorias de Lisboa (182) e do Porto (111). Em 2007, 56 dos veículos roubados eram da marca Audi. Em 2005 e 2006 a PJ registou 80 casos. No ranking dos preferidos segue-se a BMW (47), a Volkswagen (46), a Mercedes (45) e a Peugeot (24).

De acordo com a Polícia Judiciária é possível estabelecer uma relação de causalidade entre o roubo destas gamas em específico e o assalto a multibancos, já que as bagageiras grandes se tornam determinantes.

PP apresenta hoje 15 medidas para combater e prevenir este crime

O CDS-PP apresenta hoje na Assembleia da República um conjunto de 15 medidas para prevenir e combater o “carjacking” e onde se propõe o agravamento das penas. O líder democrata-cristão, Paulo Portas, sublinhou que tendo em conta as proporções "assustadoras" daquele fenómeno as penas "têm que ser mais pesadas" para quem praticar aquele tipo de crime. "Actualmente as penas mínimas vão de um a três anos e propomos uma subida de três a cinco anos, para que se responda a uma realidade assustadora", frisou Paulo Portas, no início de uma visita de dois dias à ilha de São Miguel.

Segundo disse, com o modelo actual muito rapidamente o criminoso cumpre a pena e volta a sair, daí que tenha defendido medidas punitivas "mais pesadas". "De todas as formas de criminalidade que estão a subir e a tornarem-se preocupantes uma delas é relativamente nova mas está a disparar em proporções assustadoras e têm que ser travadas, o chamado ‘carjacking’", alertou o líder do CDS-PP, assinalando que os roubos de viaturas com violência não estão sequer tipificados no Código Penal.

Sublinhando que se trata de um crime que é muitas vezes praticado para facilitar outra criminalidade, o líder do CDS-PP apontou, por exemplo, que no primeiro trimestre de 2008 o "carjacking" registou uma subida de 64 por cento, relativamente ao período homólogo do ano anterior, "números suficientes" para que se "adaptem as leis àquele tipo de criminalidade". O CDS-PP propõe a elaboração de um plano nacional "anti-carjacking" com normas de segurança dirigidas aos cidadãos, através de campanhas de prevenção e uma linha específica de apoio às vítimas.

Criação de brigadas específicas

Paulo Portas adiantou ainda que as propostas dos populares vão no sentido da criação de brigadas específicas na PSP, GNR e PJ, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Setúbal, designadamente com a criação de grupos de intervenção rápida. "Trata-se de um crime extremamente violento, do qual pode resultar às vezes a morte de pessoas", justificou Paulo Portas, ao acrescentar que as medidas do partido defendem ainda planos de formação específicos das brigadas.

O CDS-PP propõe, também, um reforço do patrulhamento apeado, nas zonas de risco identificadas nas áreas metropolitanas de Lisboa, Porto e Setúbal e que sejam feitas acções de fiscalização nos locais referenciados como zonas de operações de desmontagem de viaturas. Promover medidas de incentivo à aquisição de sistemas de geo-referenciação, desde que devidamente homologados, são outras das propostas do partido. "Vamos apresentar um conjunto de medidas dentro de uma linha de oposição que é crítica quando tem de ser e apresenta alternativas quando tal é necessário", afirmou o dirigente.

Há um mês, o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, disse que daria trinta dias a um grupo de trabalho para analisar este fenómeno e apresentar conclusões num relatório que deve estar hoje pronto. Agora, o grupo terá de sugerir medidas para contrariar as tendências, até 29 de Maio.

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