Cientistas prevêem súbida de mais de um metro do nível do mar até ao final do século
O nível médio do mar subiu dois centímetros no século XVIII, seis centímetros no século XIX e 19 centímetros no século XX, a informação foi adiantada por Svetlana Jevrejeva, investigadora no Laboratório inglês. Segundo a cientista, o novo modelo aplicado permitiu uma reconstrução cuidada do nível médio das águas dos últimos 2000 anos.
“Nos últimos dois milénios o nível das águas foi muito estável”, informou Jevrejeva, “mas parece que a subida rápida durante o século XX foi devido ao derretimento das massas de gelo”. O debate sobre a evolução desta tendência continua aceso, os cientistas do IPCC prevêem que o valor vai ser entre os 18 e os 59 centímetros.
Para Simon Holgate, outro investigador do Laboratório Proudman, o cálculo do IPCC subestima o processo. Segundo o laboratório, o IPCC não teve em conta certas dinâmicas. O derretimento das massas de gelo promove uma movimentação mais rápida destas camadas, o que por sua vez aumenta o derretimento do próprio gelo e acelera a subida do nível das águas.
Steve Nerem, da Universidade do Colorado, nos EUA, também prevê um aumento de 1 metro até 2100. Segundo o cientista, este aumento não vai ser uniforme em todo o globo. Por isso seria importante aprofundarem-se os estudos para se conseguir prever os efeitos regionalmente.
Apesar de o debate continuar, a comunidade científica é unânime sobre quem vai sofrer mais com as alterações. Os países em desenvolvimento da África e da Ásia são os que têm menos capacidades para responder com infra-estruturas contra a subida do mar. “Se a subida for de um metro, 72 milhões de chineses e dez por cento da população do Vietname vai ficar sem casa”, disse Jvrejeva. Países como o Bangladesh, cuja altitude na maior parte dos sítios não ultrapassa um metro de altitude, vão estar seriamente comprometidos.