Musicalmente, Baby Dee, que tem treino clássico em harpa (o que nos lembra de imediato Joanna Newsom e por conseguinte nos enche de medo), está no entanto mais próxima do vaudeville, as teclas pianam o mesmo caminho trémulo de um Randy Newman – como é evidente em "Safe inside yhe day" ou em "Bad Kidneys", o circo quebrado de Tom Waits. Ao princípio a voz pode causar estranheza: sendo grave tem um propositado tom teatral. Esse lado faz, por vezes, sentido, outras, como em "A compass of the light" prejudica potenciais boas canções – que, quase sempre, são servidas por óptimos arranjos, que incluem, oboés cordas, banjos, contrabaixos, etc. Quanto Baby Dee pavoneia em demasia o lado feminino da voz, pior. Quanto mais próxima Baby Dee está na bissectriz que une Newman ao Waits dos primeiros tempos, melhor – e para isso basta ouvir a óptima "The only bones that show", Broadway de segunda com magnífico arranjo de violinos, saxofone e coro. Certo é que, pese embora duas ou três canções a mais, "Safe Inside The Day" prova que temos miúda.
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