Kuwait: ministros pedem demissão colectiva
"O primeiro vice-primeiro-ministro e o ministro da Defesa, bem como os outros ministros, apresentaram as suas demissões ao primeiro-ministro, o xeque Nasser Mohammad Al-Ahmad Al-Sabah", declarou o ministro de Estado para os Assuntos do Executivo, Fayçal Al-Hajji.
Os deputados indicaram que o primeiro-ministro deverá submeter a demissão dos ministros à apreciação do príncipe herdeiro, o xeque Nawaf Al-Ahmad Al-Sabah, que assegura a governação interina do emir e que está actualmente numa visita privada ao estrangeiro.
Estas demissões acontecem depois dos ministros se terem queixado de "falta de cooperação" por parte do Parlamento, que deverá votar amanhã uma lei sobre uma melhoria dos salários dos kuwaitianos em 50 dinars (o equivalente a 188 dólares), de acordo com fontes parlamentares.
O governo, que já tinha aumentado em Fevereiro os salários em 120 dinars (450 dólares), opõe-se a esta lei.
De acordo com a Constituição, o emir poderá aceitar a demissão do governo e formar um novo Executivo, ou dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas.
O último escrutínio legislativo ocorreu em Maio de 2006 após um outro impasse entre o Parlamento e o governo.
O emir, o xeque Sabah Al-Ahmad Al-Sabah, apelou recentemente à dissolução do governo, nomeação de um novo primeiro-ministro e convocação de eleições legislativas antecipadas no emirado, que sofreu uma série de crises políticas nos últimos anos.
O influente deputado liberal Ahmad Al-Mulaifi indicou na semana passada que o Executivo deveria ser dissolvido e apelou a uma reforma no seio da família reinante dos Al-Sabah, estimando que o primeiro-ministro, um sobrinho do emir, não tem dado resposta às reformas necessárias e resolução de crises no emirado.
O xeque Nasser foi nomeado para a chefia do governo pela primeira vez há dois anos, depois de uma luta de poderes.
Depois disso, o Kuwait enfrentou várias crises políticas antes da demissão de três governantes, da dissolução do Parlamento e da organização de eleições antecipadas em Junho de 2006, numa altura em que vários ministros foram investigados pelo Parlamento.