Como convencerá as empresas portuguesas a aderirem ao projecto?Não podem esperar produtos acabados, mas podem esperar a maior parte do caminho até ao produto. Os institutos Fraunhofer não têm história em Portugal pelo que vai haver um esforço de criar esse conhecimento, também porque as empresas vão pagar mais do que pagariam provavelmente em projectos com universidades.
Pagarão mais?
Sim, porque também recebem muito mais. Quando se apoia um pequeno projecto universitário não se esperam grandes resultados. Sob o modelo Fraunhofer, as empresas têm na mão um benefício comercial. É um investimento de desenvolvimento usando as capacidades do centro, da rede Fraunhofer e de outras universidades portuguesas.
Como vai recrutar investigadores?
Prevemos ter, no final do ano, 10 investigadores a tempo inteiro e chegar a 40, em 2013, para além de administrativos e estudantes. Prevejo chegar ao final do período com um número semelhante de investigadores e estudantes.
A maioria será provavelmente recrutada em Portugal, mas será também a nível internacional. A ideia é captar estudantes universitários para projectos da vida real, por via dos mestrados e doutoramentos. Procuramos não só estudantes, mas os melhores. Este modelo é um clássico em que todos ganham. Ganham os estudantes que encontram um bom emprego nos projectos em que se envolveram, ganham as companhias que contratam jovens engenheiros com conhecimento na área e ganham ainda porque têm o produto que queriam fazer.
Por que não vai ficar pelos projectos na área da vida em ambientes assistidos (AAL, na sigla inglesa)?
Na UE, este programa da União Europeia tem como alvo soluções em cuidados de saúde, muitas vezes utilizados pelos mais velhos em situações de desconforto. Por que não começamos por criar para este grupo browsers e portais adaptados? Se os jovens precisam de soluções cool, os idosos precisam de soluções confortáveis. A adaptação ao alvo não é apenas um imperativo social. É bom para o negócio. A.N.C./L.F.