Câmara de Lisboa lamenta incidentes com PSP no Grémio Lisbonense
a A Câmara de Lisboa lamenta o que aconteceu no Grémio Lisbonense na sexta-feira à noite, quando a PSP atingiu à bastonada um fotógrafo da Lusa e manifestantes que protestavam contra o anunciado despejo da associação da sua sede no Rossio. "A Câmara de Lisboa lamenta o incidente", disse o seu porta-voz, Duarte Moral.Entretanto, a PSP argumenta que usou os "meios coercivos necessários e adequados" à situação, de modo a permitir que o proprietário do espaço, que moveu uma acção de despejo contra a associação, pudesse sair do local. "Um grupo de pessoas estava a bloquear a passagem do proprietário, do mandatário judicial e da própria PSP", disse à Lusa o comissário Paulo Flor, oficial de serviço na direcção nacional da polícia. O repórter fotográfico da agência Lusa Mário Cruz foi atingido pela polícia na cabeça, nos braços e nas costas, apesar de ter mostrado a carteira profissional aos agentes. "Estávamos a tentar dialogar mas a polícia bateu indiscriminadamente na cabeça, nas mãos e no pescoço dos vários associados", contou um dos sócios do Grémio Lisbonense, Daniel Melim. A PSP deteve um dos manifestantes por agressão a um agente e tentativa de desarmamento. Paulo Flor disse que o polícia em causa recebeu tratamento hospitalar.
A advogada do Grémio e o presidente da Junta de Freguesia de São Nicolau lamentaram o sucedido. O tribunal decretou o despejo da colectividade por causa de obras feitas à revelia do senhorio. O líder da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues, admite que há situações em que os agentes do Corpo de Intervenção, como é o seu caso, estão melhor preparados para reagir a eventuais provocações de manifestantes do que os seus colegas, como os que estiveram no local. "Mas fizeram o seu trabalho, não os vou pôr em causa", acrescenta o dirigente sindical, que ignorava ontem se a Inspecção-Geral da Administração Interna tencionava abrir algum inquérito ao sucedido. A.H.
Um porta-voz da PSP disse ontem que a polícia utilizou "meios coercivos necessários e adequados" à situação