No passado 29 de Janeiro de 1996
A França disse adeus há 12 anos aos testes nucleares, passando-os para sofisticados laboratórios onde é possível criar os rebentamentos e os efeitos. Mas a despedida foi bombástica, despedaçando as entranhas dos atóis de Mururoa (na foto) e Fangataufa, parte do seu pequeno império ultramarino da Polinésia. O chão tremeu, abalado por uma explosão equivalente a 120 mil toneladas de explosivos convencionais ou seis bombas como a lançada sobre Hiroxima, em 1945. A imagem de Paris também, com manifestações de protesto principalmente na Austrália, Nova Zelândia e outros Estados do Pacífico. Desde 1992 que nenhum país, com excepção da China, realizara ensaios nucleares. Vasos de guerra franceses abalroaram barcos da organização ambientalista Greenpeace que tinham entrado sem licença no perímetro dos ensaios. No fim, o Presidente Jacques Chirac disse que o teste tinha sido o último e que os próximos seriam por computador. A França arrumava o seu passado bombista depois de 193 explosões no Pacífico Sul, incluindo várias atmosféricas entre 1966 e 1974. Dotava-se de um sistema suficientemente eficaz para dissuadir ataques contra si, os amigos ou os interesses. Nos anos a seguir substituiu os silos terrestres por esquadras de submarinos equipados com mísseis M-51, de oito mil quilómetros de alcance, capazes de levar até seis ogivas nucleares. Mas deixava um atol sem alma e quase sem vida. E essencialmente maus exemplos.