Serra Leoa é onde morrem mais crianças, diz Unicef
a A pobreza e a guerra estão a prejudicar os avanços na luta contra a mortalidade infantil, muito em particular na África ao sul do Sara, revelou ontem a Unicef, no relatório de 2008. Todos os anos, morrem 9,7 milhões de crianças antes de fazerem cinco anos.
É a primeira vez que este número fica abaixo dos dez milhões mas, a nível global, 62 países ainda não estão a progredir no sentido de alcançar o objectivo estabelecido para o ano de 2015 - menos de cinco milhões de mortes anuais. A Serra Leoa é o pior, com 270 mortes antes dos cinco anos por cada 1000 nascimentos, tendo em conta dados de 2006.
Depois desse país da África Ocidental, onde de 1991 a 2002 houve uma brutal guerra civil, os piores dados são os de Angola, Afeganistão, Níger, Libéria, Mali, Chade, Guiné Equatorial, República Democrática do Congo, Burkina Faso e Guiné-Bissau.
Por outro lado, nem sequer chegou a haver quatro mortes antes dos cinco anos por cada mil crianças nascidas na Suécia, Singapura, São Marino, Liechtenstein, Islândia ou Andorra. E em Portugal houve cinco, ao nível da Holanda ou da Suíça.
Dos 40 países onde as crianças têm mais dificuldade em atingir os cinco anos, 38 são africanos. A nível global, mais de 26.000 crianças abaixo desta idade morrem diariamente.
O director executivo da Unicef no Reino Unido, David Bull, pediu à "comunidade global que coloque a sobrevivência das crianças no coração da agenda para o desenvolvimento e faça disso uma prioridade na reunião anual do G8".