Al Gore recebe Nobel e pede "paz com o planeta"

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Gore (à esq.) apelou aos EUA e à China para deixarem os seus diferendos ambientais de lado Bjorn Sigurdson/Reuters

Gore, que partilhou a distinção com Rajendra Pachauri, que preside ao Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), apelou aos líderes que se encontram reunidos na conferência mundial sobre o aquecimento global de Bali, na Indonésia, a estarem atentos à sabedoria da ciência. “Sem o percebermos, começamos a travar uma guerra com a própria Terra”, afirmou o Prémio Nobel da Paz 2007 no seu discurso, defendendo que “é tempo de estar em paz com o planeta”.

“A própria teia da vida da qual dependemos está a ser destruída”, acrescentou o norte-americano. “Temos que mobilizar rapidamente a nossa civilização com a urgência e resolução que foram vistas anteriormente apenas quando as nações se mobilizaram para a guerra”, reforçou Gore.

No seu discurso, o antigo vice-Presidente dos Estados Unidos deixou ainda um apelo directo aos governos norte-americano e chinês para porem os seus diferendos ambientais de lado e unirem-se nos esforços contra as alterações climáticas para salvar o planeta que se encontra num estado “febril”.

Sublinhando que os Estados Unidos e a China são os dois principais países emissores de dióxido de carbono, Gore afirmou que o seu próprio país deverá dar passos “mais audaciosos sob pena de ser julgado pela história pela sua inacção”.

“Os dois países devem parar de utilizar o comportamento de cada um como desculpa para bloquear” os esforços internacionais de redução de gases com efeito estufa, na origem do aquecimento global.

Depois da ratificação da Austrália, os Estados Unidos são o último grande país desenvolvido a não ter ratificado o Protocolo de Quioto sobre alterações climáticas. Em Março de 2001, o Presidente George W. Bush rejeitou o tratado porque iria prejudicar a economia americana e porque este não obrigava os países em desenvolvimento a reduzir as suas emissões.