José Sócrates: aquacultura em Mira é "um projecto especial"
"Este projecto tem como consequência introduzir potencial num sector que há muito dele precisava" e "dar um empurrão à aquacultura e à inteligência que está por detrás dos projectos inovadores e competitivos", afirmou Sócrates, ao intervir na sessão que assinalou o início das obras de um projecto orçado em 140 milhões de euros.
Dinamizado pelo grupo Pescanova, o projecto "Acuinova" de Mira terá a sua primeira fase concluída no próximo ano, passando a produzir sete mil toneladas/ano de pregado, o que o transformará no maior centro de produção daquela espécie no mundo.
Na opinião de José Sócrates, "haverá um antes e um depois deste projecto", pela dimensão do investimento, para conseguir duplicar a produção em Portugal, pela inovação e pela vocação para a exportação (99 por cento da produção), com o objectivo de competir em mercados com "fortes padrões de competitividade".
"É também importante porque é um caso exemplar. Desde a apresentação do projecto ao Governo e hoje, início das obras, passaram 16 meses, o que revela o bom ambiente para os negócios que existe em Portugal", considerou o primeiro-ministro.
É igualmente "um caso exemplar pelo rigor e exigência ambiental" apresentadas ao investidor, compatibilizando o projecto com "os mais elevados valores ambientais do país". "Este é um projecto que está na vanguarda tecnológica da protecção ambiental", acrescentou Sócrates, frisando não compreender as críticas da associação ambientalista Quercus.
Confrontado pelos jornalistas, o primeiro-ministro disse esperar que essa associação ambientalista avance com a queixa para as instâncias comunitárias. "Os portugueses já compreenderam que quem não obtém ganho de causa na primeira vez vai para a justiça", afirmou José Sócrates.
Quem assim contesta "não tem razão, porque a administração comportou-se de forma absolutamente impecável, quer no cumprimento das normas legais, quer no cumprimento das exigências das normas ambientais", considerou ainda José Sócrates.
A "Acuinova", que em 2008 espera produzir sete mil toneladas de pregado por ano e numa segunda fase dez mil toneladas/ano, prevê criar 200 postos de trabalho directos e mais 600 postos de trabalho indirectos.