Menezes apela à união do PSD no discurso como novo líder da oposição

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Luís Filipe Menezes Nélson Garrido (arquivo)

"Ninguém será excluído, todos têm um lugar neste PSD", garantiu Menezes perante dezenas de apoiantes. "Como líder do PSD, a partir de hoje quero todos os dirigentes, todos os autarcas, simpatizantes que se dividiram de forma frontal unidos à volta do partido, não há dois PSD, só há um PSD", apelou.

Antes, num hotel na capital a poucos quilómetros de distância do local onde estava reunido o 'staff' do novo líder do PSD, Marques Mendes tinha desejado "muitas felicidades" a Luís Filipe Menezes.

De voz embargada, Marques Mendes deixou os seus "votos" para o PSD, a sua "palavra final": "que o PSD possa alcançar o sucesso que sempre ambicionei para o partido", disse.

De acordo com dados fornecidos pela candidatura do novo líder social-democrata, Luís Filipe Menezes conseguiu 54 por cento dos votos, quando faltam apurar apenas 21 das 334 secções de votos do PSD, a maioria das quais da emigração. Ao todo, votaram 38.270 militantes do PSD, o que corresponde a 60 por cento de um universo total de 63.035 eleitores).

Luís Filipe Menezes conseguiu 20.701 votos (correspondentes a 54,09 por cento) e Marques Mendes 16.334 votos (42,68 por cento).

Vencer três eleições

Menezes agradeceu às bases do PSD e à sua "energia insubstituível". "Prometo-vos e prometo aos portugueses que vou fazer aquilo que sempre fiz, trabalhar o mais possível, dar o melhor de mim próprio, fazer o possível para honrar esta confiança", disse.


Garantindo que pretende vencer as três eleições previstas para 2009 - europeias, autárquicas e legislativas -, Luís Filipe Menezes considerou justa "uma discriminação positiva" ao poder autárquico social-democrata. "Iremos chamar ao combate já nas próximas semanas os presidentes de Câmara do PSD, os milhares de presidentes de junta do PSD tantas vezes ignorados e esquecidos", garantiu.

Sem nunca esclarecer o seu futuro à frente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Menezes deixou também "uma palavra de simpatia" ao seu adversário nestas directas, o ainda líder Marques Mendes. "Quer ele, quer todos os ex-líderes ou dirigentes com experiência (...) todos eles são úteis e todos eles serão chamados neste combate até 2009", garantiu.

Ao Governo PS, o novo líder social-democrata prometeu "um combate leal mas determinado". "Vivemos no país uma época de tristeza, de desesperança, de expectativas frustradas", considerou.

No seu discurso, Menezes fez ainda um apelo ao eleitorado social-democrata, que por vezes vota PS, outras vezes PSD. "A família social-democrata está aberta para responder a todos esses sociais-democratas descontentes com o PS e que meteu a social-democracia na gaveta", apelou.

No final, Menezes agradeceu o apoio do seu mandatário nacional, Ângelo Correia, do seu porta-voz, Ribau Esteves, e do seu apoiante Eurico de Melo.

Às 13h00, a candidatura de Menezes dará uma conferência de imprensa, sem a presença do novo líder, mas com a participação de Ângelo Correia, o embaixador Martins da Cruz, do porta-voz Ribau Esteves e dos apoiantes Rui Gomes da Silva e Arlindo de Carvalho.

A campanha ficou marcada por acusações de irregularidades processuais, que envolveram alegados pagamentos em massa, o alargamento de prazo para o pagamento de quotas para os militantes dos Açores e, no dia das eleições, a anulação da votação na Figueira da Foz, devido à utilização de dois cadernos eleitorais. Na madrugada em que foi conhecido o novo líder do PSD, nenhum dos candidatos tocou nestas questões.

O XXX Congresso do PSD, onde serão eleitos os restantes órgãos nacionais do partido, está marcada para os dias 12, 13 e 14 de Outubro.