Junta militar da Birmânia ameaça "tomar medidas" contra manifestação de monges budistas
O ministro dos Assuntos Religiosos, o general Thura Myint Maung, esteve hoje reunido com a hierarquia clerical budista para dar conta desta ameaça.
"Se os monges forem contra as regras e regulamentos de obediência aos ensinamentos budistas, tomaremos medidas conformes à lei actual", declarou o ministro, citado pela televisão do Estado.
O movimento de protesto na Birmânia começou a 19 de Agosto por iniciativa da oposição política depois de um aumento nos preços dos combustíveis e dos transportes.
Hoje, o movimento de protesto foi reforçado com mais de cem mil pessoas, que se juntaram aos monges budistas em Rangum.
"As marchas de protesto são o resultado de uma conspiração realizada a partir do exterior", afirmou a televisão estatal, que reconheceu que "a situação tornou-se mais complexa" depois de as manifestações terem passado pela casa de Aung San Suu Kyi, líder da oposição, em prisão domiciliária.
Ban Ki-moon pede moderação à junta da BirmâniaHoje, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu moderação à junta militar em relação aos protestos.
Ban Ki-moon diz que segue "de perto a situação na Birmânia e felicita o facto de os manifestantes terem escolhido uma forma pacífica para dar conta das suas reivindicações".
O secretário-geral da ONU apelou ainda à junta para iniciar "sem demoras" um diálogo com todas as partes e disse estar disposto a "intensificar" os seus esforços "para promover a reconciliação nacional, a restauração da democracia e do respeito pelos direitos do Homem na Birmânia".