Partes do Patriot Act inconstitucionais
Um juiz federal norte-americano, Victor Marrero, considerou inconstitucionais algumas partes do Patriot Act, tendo ordenado ao FBI que acabasse com a prática generalizada de obter dados de e-mail e de telefone de empresas privadas para as suas investigações sobre combate ao terrorismo. A determinação teve em conta que a utilização de cartas secretas para exigir tais dados viola a Primeira Emenda e as provisões constitucionais sobre separação de poderes. O juiz rejeita a atitude tanto da Administração Bush como do Congresso, que em 2005 tinham revisto a lei.
Forças de segurança do Hamas dispersaram ontem multidões de partidários da Fatah que se tinham concentrado em desafio a uma proibição de orações ao ar livre e manifestações em toda a Faixa de Gaza. Fontes médicas disseram que pelo menos 20 pessoas receberam tratamento hospitalar. A Fatah tem estado a utilizar as orações para organizar grandes comícios nas últimas semanas. Na semana passada efectuou-se o maior protesto contra o Hamas desde que o grupo assumiu o controlo do território, em Junho. E na quinta-feira os próprios islamistas efectuaram um comício.
O presidente da FLEC, Nzita Henriques Tiago, exilado em Paris, declarou ontem ao site Portuguese News Network (PNN) que o chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, deveria entregar o dossier de Cabinda ao líder da UNITA, Isaías Samakuva, de modo a que o mesmo servisse de intermediário entre os independentistas e as autoridades de Luanda. Tiago queixou-se de que desde 2004 não consegue ter qualquer resposta às cartas que dirige ao Governo, que preferiu assinar em Agosto de 2006 um Memorando de Entendimento com o dissidente da causa independentista cabindesa António Bento Bembe.
Foram ontem decapitadas duas mulheres nos arredores de Bannu, uma cidade no Noroeste do Paquistão. Suspeita-se que o acto tenha sido cometido por islamistas radicais que pretendem fazer cumprir a sua interpretação da sharia, ou lei muçulmana. Junto dos corpos foi encontrada uma nota que as acusava de "actos obscenos", o que é interpretado pelas autoridades como querendo descrever as mulheres como prostitutas. O objectivo dos assassinos, segundo a nota, é "acabar com as obscenidades nesta zona". O papel junto aos corpos prometia novas execuções.
Um juiz norte-americano autorizou ontem em Miami a extradição para a França do antigo dirigente militar panamiano Manuel Antonio Noriega, a fim de que cumpra uma pena de dez anos por delitos relacionados com o narcotráfico. A alternativa seria a extradição para o país natal, onde fora condenado à revelia a 20 anos de cadeia por homicídio de Hugo Spadafora e outros compatriotas. Em 3 de Janeiro de 1990 entregara-se ao Exército dos Estados Unidos e no dia seguinte fora enviado para esse país, onde esteve a cumprir uma pena que ora terminava, como prisioneiro de guerra.
Um tribunal paquistanês ordenou ontem a prisão de Shabaz Sharif, irmão do antigo primeiro-ministro Nawaz Sharif. Os irmãos foram exilados em 1999, depois de um golpe que depôs Nawaz Sharif, e anunciaram que vão regressar ao país segunda-feira. O Supremo Tribunal do Paquistão permitiu que Nawaz regressasse, mas decidiu que o irmão terá que responder perante a acusação de envolvimento na morte de cinco estudantes de religião às mãos da polícia, em 1998, por suspeita de actividades terroristas. Shabaz Sharif nega as acusações, que considera serem de origem política.
À volta da catedral de Modena, em Itália, milhares de pessoas quiseram ontem deixar flores e palavras para homenagear o tenor que admiravam. "O mundo está a teus pés", lia-se num jornal local da cidade onde Pavarotti nasceu e onde será hoje o seu funeral. As mensagens vieram de todo o mundo. Dos líderes George W. Bush ou Vladimir Putin, dos companheiros de palco José Carreras e Plácido Domingo, dos milhares de pessoas se quiseram despedir-se.
"Quero exprimir a emoção e a gratidão dos italianos a alguém que levou consigo, para toda a parte, a mais pura voz e a mais pura imagem do país", disse Giorgio Napolitano, o Presidente de Itália, que ontem esteve na catedral de Modena. A acompanhar o tenor estava também a sua mulher, Nicoletta Mantovani, com a filha do casal, Alice, de quatro anos. E a primeira mulher, Adua Veroni, com duas das três filhas mais velhas de Pavarotti.
"Ele levou ao mundo tudo o que é bom nesta cidade: simplicidade, honestidade e felicidade", disse à Reuters Luigi Febbrano, de 51 anos, que se juntou à homenagem. Nas lojas da cidade os discos de Pavarotti esgotaram. Modena viu-o crescer, filho de Fernando Pavarotti, padeiro, e de Adele Venturi, funcionária de uma tabaqueira. Agora, 71 anos depois, Modena e o mundo recordam o mais popular dos tenores, que cantou os clássicos mas também subiu ao palco com Bono, dos U2, que ontem anunciou que iria estar presente na despedida. Tal como outro famoso tenor, Andrea Bocelli, que irá cantar na catedral.
Hoje o funeral será acompanhado por aviões da força aérea italiana e transmitido para os ecrãs gigantes que estão a ser instalados em Modena. O teatro da cidade é conhecido como Bohème, mas agora irá chamar-se Luciano Pavarotti.
Isabel Gorjão Santos