Mundiais de Atletismo: Nélson Évora tenta amanhã título mundial no triplo salto em comprimento
Sem a presença de Rui Silva e com o percalço de Francis Obikwelu nos 100 metros - desclassificado por falsa partida -, as atenções dos portugueses nos Mundiais de Atletismo viram-se agora para o sector dos saltos, nomeadamente para Nelson Évora e Naide Gomes.
Ela só inicia concurso segunda-feira de manhã, no comprimento, mas ele, no triplo, já mostrou o que vale no sábado, ao ser o melhor da fase de apuramento para a final.
Uma manifestação de grande segurança, que o coloca já a falar em acreditar na subida ao pódio, ultrapassando mesmo o discurso ainda contido do seu treinador.
"Estão na final oito ou 10 atletas com nível elevado, que podem chegar às medalhas. Têm nível muito idêntico, e o Nelson é um deles", comenta João Ganço.
Os objectivos continuam como estavam traçados, assegura: primeiro a final, depois bater o recorde nacional (17,51 metros) e, "batendo o recorde, é possível que chegue à medalha".
"O Nelson é muito competitivo e seria loucura se dissesse que não pensa na medalha", acaba por reconhecer o técnico de sempre do jovem saltador português.
O atleta continua com a excelente disposição com que terminou a qualificação, com saltos a 17,07 e 17,22 metros.
"Encaro sempre estes momentos com muita felicidade e, não havendo lesões, eu estou sempre bem", diz o atleta, que não se queixou do calor no dia do apuramento para a final, antes elogiando a qualidade da pista.
Entre os seus principais adversários estarão os norte-americanos Walter Davis (campeão mundial) e Aarik Wilson, o brasileiro Jadel Gregório (melhor marca mundial do ano), o inglês Philips Idowu e o cubano Osniel Tosca.
Em fase mais atrasada está a missão de Naide Gomes, já que o arranque do concurso de salto em comprimento, com as qualificações, só se dará na manhã de segunda-feira.
Parte com a terceira melhor marca entre as participantes, pelo que era legítimo falar em possíveis medalhas, logo de início.
"O meu sonho é chegar ao pódio", diz sem qualquer hesitação. "Estou a sentir-me muito bem, tanto física como psicologicamente. Falta só um pouco de sorte...".
Os três saltos que tem para fazer segunda-feira, para chegar à final, é que podem ser o problema: "Tenho sempre medo da qualificação... Passar isso já será uma vitória".
"Sei que vai ser muito complicado. Ainda não estou nervosa, no dia da prova devo estar, mas acho que vai correr bem. Mas pode correr bem e mal a todas, e eu não estou excluída de falhar", diz.
Das adversárias, destaca "as russas", antes de todas, e não se importava de ver pelo menos uma ficar pelo apuramento: Kotova, Lebedeva ou Kolchanova.