Antropólogos espanhóis dizem que canibalismo era habitual na Europa no Neolítico

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Nos ossos são visíveis as marcas de dentes humanos Daniel Rocha/PÚBLICO (arquivo)

Segundo noticia hoje o “El País” online, desde finais de 3000 a 2500 AC, o canibalismo era habitual em toda a zona mediterrânica europeia e na Finlândia.

Miguel Botella, director do Laboratório de Antropologia Física da Universidade de Granada e coordenador da investigação, explica que a carne humana era ingerida depois de ter sido fervida durante três ou quatro horas.

A investigação, que também teve a colaboração de especialistas da Universidade Autónoma do México e do Instituto de Antropologia mexicano, estudou ossos encontrados em lixeiras, misturados com restos de animais que completavam a dieta.

Nos ossos são visíveis as marcas de dentes de homens, mulheres e crianças e as marcas da preparação dos corpos para a ingestão. A análise permitiu identificar “toda a metodologia utilizada”.

Em Granada foram encontrado onze locais onde esta prática era habitual.

Mas o canibalismo também era sistemático no México pré-hispânico e estima-se que faria parte de um ritual. Botello diz que depois dos sacrifícios onde se oferecia o coração das vítimas aos deuses, os corpos eram cozidos e repartidos entre todos os participantes no ritual. “Acontecia como nas actuais touradas, onde depois do ritual, o animal passa a ser carne”.

Botello estudou em Guadalajara, no México, mais de duas mil ferramentas feitas com ossos humanos, desde arpões a instrumentos musicais, o que evidencia uma “indústria artesanal consolidada”. O corpo humano não servia apenas para alimentar esses povos mas também gerou uma indústria do osso, que era considerado “o melhor material para fabricar as ferramentas”.

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