Ao fim de 38 anos, o Exército britânico conclui missão na Irlanda do Norte
a O Exército britânico conclui hoje à meia-noite a sua missão de segurança na Irlanda do Norte, a Operação Bandeira, iniciada em Agosto de 1969 e que foi a mais longa da sua história. O actual contingente, 5600 homens, permanecerá no território, mas a responsabilidade pela segurança passa a caber exclusivamente ao Serviço de Polícia da Irlanda do Norte (PSNI).O Exército foi obrigado a intervir
nas ruas, em 1969, para conter os confrontos intercomunitários, entre "católicos" e "protestantes", da-
da a impotência e a parcialidade da então polícia do Ulster (RUC). Mas o Domingo Sangrento de 30 de Janeiro em Londonderry, em que pára-quedistas britânicos dispararam sobre uma manifestação "católica" pelos di-
reitos civis, matando 13 pessoas, permitiu ao IRA Provisório apresentar o Exército como força de "ocupação" e fazer dele o alvo prioritário. Em 38 anos, o Exército perdeu 763 homens e matou 309 pessoas, na maioria membros do IRA ou de milícias paramilitares unionistas.
No pico do conflito, em 1972, o Exército chegou a ter 28 mil soldados na Irlanda do Norte. O fim da Operação Bandeira simboliza a pacificação, após a tomada de posse, a 8 de Maio, do Governo do unionista radical Ian Paisley, em coligação com os antigos inimigos do Sinn Féin (braço político do IRA). Vencedores das eleições, os extremos de ambas as comunidades entenderam-se para partilhar o poder.