Militares portugueses no Líbano reforçam segurança depois de ameaças à UNIFIL

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Os militares portugueses não podem efectuar patrulhas isoladas Jamal Saidi/Reuters

Em Lisboa, o comandante Pedro Carmona, porta-voz do Estado-Maior, confirmou ao PÚBLICO “um acréscimo do nível de segurança, mas sem incidentes” no perímetro dos portugueses. Em Naqoura, quartel-general da UNIFIL, o tenente-coronel Rodrigues dos Santos, precisou que o reforço das medidas de protecção “começou no domingo”, quando eclodiu um tiroteio entre o Exército libanês e o grupúsuculo Jund al-Sham (Soldados do Levante) no campo de refugiados de Ain al-Hilweh. Este campo dista cerca de 50 quilómetros da zona onde está o contingente português, acrescentou, por telefone, o comandante da UnEng2.

“Foi nessa altura que passámos a circular em duas viaturas, cada viatura com dois soldados, e a necessitar de autorização para sair do perímetro da UNIFIL, sempre com escolta”. Na quarta-feira, a vigilância aumentou quando “as forças armadas libanesas desactivaram uma bomba-relógio” numa praia da cidade de Tiro, usada por capacetes azuis.

Ontem, a ameaça ganhou ainda maior dimensão quando responsáveis judiciais libaneses revelaram que, “no decurso de interrogatórios, alguns membros da Fatah al-Islam confessaram que um dos principais objectivos militares do grupo era atacar a UNIFIL no Sul do Líbano”. Os milicianos capturados terão recebido ordens para matar “cristãos, muçulmanos xiitas e destacadas figuras sunitas considerados infiéis”.

A Fatah al-Islam é um grupo simpatizante da Al-Qaeda que, desde 20 de Maio, trava intensos combates com o Exército libanês, no campo de Nah al-Bared, no Norte. No entanto, só quando a violência alastrou a Ain al-Hilweh, no Sul, é que os militares portugueses declararam o estado de “alerta amarelo”, afirmou Rodrigues dos Santos.

O comandante garante que a sua unidade, com 22 mulheres, não está apreensiva mas “preparada para os perigos”. E eles espreitam. A dez quilómetros de distância, há três campos de refugiados. “Ainda não há confrontos, mas a tensão é elevada”, admite. Quando a calma voltar, “poderemos retomar a cooperação civil e tentar melhorar a vida dos libaneses.”

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