Soldados mortos no fim de reunião destinada a travar combates entre forças paquistanesas e afegãs

O caso deu-se na cidade de Teri Mangal, na região tribal de Kurram, que tem servido de retaguarda aos rebeldes do Afeganistão

a Um soldado norte-americano e um paquistanês foram ontem mortos aos saírem de uma reunião na cidade fronteiriça de Teri Mangal, anunciou o general Waheed Arshad, porta-voz militar do Paquistão. Mas as versões sobre o incidente variam conforme as diferentes fontes.O encontro visara acabar com os combates que nos últimos dias se tinham verificado entre forças paquistanesas e afegãs. No fim, as tropas norte-americanas regressavam aos seus helicópteros quando "alguns militantes abriram subitamente fogo de armas automáticas", disse Arshad, segundo o qual teriam ficado feridos quatro soldados dos Estados Unidos e três do Paquistão.
As Forças Armadas locais desmentiram uma afirmação de Kabul segundo a qual um oficial paquistanês, e não a guerrilha, teria aberto fogo sobre o grupo visitante de soldados, que ali se deslocara a fim de se procurar quem é que teria sido responsável pelos recontros fronteiriços dos dias anteriores. Estes combates fizeram pelo menos 13 mortos entre os afegãos.
A NATO, que tivera representantes na reunião, evitou tomar partido, limitando-se a dizer que se verificou "um incidente, com vítimas". E a coligação que no território afegão é dirigida pelos EUA afirmou estar a investigar as circunstâncias do incidente.
Em Cabul, o porta-voz do ministério da Defesa, general Mohammad Zahir Azimi, citado pela AFP, declarou que "dois soldados americanos foram mortos por um oficial paquistanês". E o Ministério dos Negócios Estrangeiros alegou que teria havido nos últimos dias uma "invasão" da província afegã de Paktia pelo vizinho Paquistão, o que poderia ter consequências muito graves para toda aquela região da Ásia.
Ainda há 15 dias o Presidente afegão, Hamid Karzai, e o seu homólogo paquistanês, Pervez Musharraf, se reuniram na Turquia, decidindo aumentar a cooperação em questões de segurança. Mas a verdade é que os recontros deste último fim-de-semana entre as duas partes foram os mais graves dos últimos anos, sublinhou a Al-Jazira.
Karzai tem-se queixado de que o Paquistão não faz o suficiente para impedir que os taliban ataquem a província de Paktia a partir do seu território tribal de Kurram, atravessado pelo rio do mesmo nome.
Ontem, num desenvolvimento relacionado com este conflito, o ministro alemão da Defesa, Franz Josef Jung, criticou junto da NATO a multiplicação de perdas causadas às populações civis durante as operações que os norte-americanos coordenam no Afeganistão.
Duas dezenas de civis, incluindo mulheres e crianças, foram mortos na semana passada durante um bombardeamento aéreo em Sarwan Qala, no distrito de Sangin, província de Helmand, no Sul do país.
Menos de duas semanas antes, meia centena de civis fora morta no Ocidente e no Leste do país, noutras operações militares da coligação que é dirigida pelos Estados Unidos, que se encontram no Afeganistão desde o fim de 2001.


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