Nuno Melo deverá ascender hoje à vice-presidência da Assembleia da República
Eleição do ex-líder parlamentar do CDS-PP terá de ser aprovada
por 116 deputados. PCP
e Bloco de Esquerda
não se deverão opor
a O Parlamento deverá eleger hoje, por voto secreto, o deputado Nuno Melo para vice-presidente da Assembleia da República, substituindo o agora líder do grupo parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia. Desde o início do processo que o nome apontado para ocupar aquelas funções foi o de Nuno Melo e ontem o deputado acabaria por ser confirmado pelos seus pares.A eleição de Nuno Melo não depende exclusivamente do CDS-PP - terá de ser aprovada pela maioria dos deputados em efectividade de funções, ou seja, pelo menos 116 parlamentares. O ex-líder da bancada parlamentar do PP poderá ter alguma dificuldade em ver a sua eleição sufragada. A questão não tem tanto a ver com a pessoa em si, apesar de Nuno Melo ser visto como um parlamentar combativo, mas com eventuais dificuldades inerentes à mobilização dos deputados, pelo facto de se tratar de uma votação isolada.
Seja como for, resta saber como é que partidos como o PS e PSD se prepararam para votar. O BE já antecipou ao PÚBLICO que votará em branco, enquanto o PCP deixa claro que não será pelos comunistas que Nuno Melo deixará de ser eleito vice-presidente da Assembleia da República. "Sempre discordamos da disposição regimental que prevê apenas que sejam eleitos para vice-presidentes da AR representantes dos quatro maiores partidos políticos. É uma atitude discriminatória e por isso vamos votar em branco, o que é uma atitude política", declarou Luís Fazenda, líder da bancada parlamentar do Bloco.
Neste momento, exercem funções de vice-presidente da AR os deputados Manuel Alegre, pelo PS, Guilherme Silva, pelo PSD, e António Filipe, pelo PCP.