Ronaldo, Kaká e Wayne Rooney foram a cereja no topo do bolo

O primeiro jogo das meias-finais da Champions teve mais de 73 mil espectadores e cinco golos. Terá sido o melhor jogo da temporada

a Aconteceu futebol espectáculo ontem, em Old Trafford, perante mais de 73 mil espectadores que resolveram apostar forte na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, no Manchester United-AC Milan. Foi aposta ganha. Golo de Cristiano Ronaldo - segundo as regras, foi mesmo ele o autor -, golos do genial Kaká e mais golos do talentoso mr. Rooney. Apesar do 3-2, na próxima semana (quarta-feira) o espectáculo está de volta. Podem apostar.Dois problemas para resolver durante a primeira parte: A quem atribuir o golo do United? Qual o antídoto para Kaká? Deu tantas dores de cabeça a primeira questão à UEFA como a segunda à defesa da equipa inglesa, despedaçada pelas lesões (Ferdinand, Neville, Vidic, Silvestre...).
O primeiro golo do encontro - o golo número 350 do United no total Taça dos Campeões/Liga dos Campeões - aconteceu durante o quinto minuto. E essa foi, durante longos minutos, a única certeza da UEFA, que, através do seu site, foi alternando entre Cristiano Ronaldo (que cabeceou a canto de Giggs), Dida (cuja mancha não chegou para evitar o golo) e Gabriel Heinze (que tenta importunar e que, sem tocar na bola, comemora o golo como se fosse seu autor). O avançado português ameaçou lançar-se aos adeptos, mas conteve-se. A UEFA passou 45" entre pontos de interrogação, mas decidiu fixar finalmente a sua decisão no melhor jogador do campeonato inglês (também melhor jogador jovem e melhor jogador segundo os adeptos da Premier League).
A segunda questão a resolver chama-se Kaká, o tal jogador que Carlo Ancelotti defendeu quando alguém lhe indicou Cristiano como o melhor jogador da actualidade. O brasileiro fez a vida negra à defesa alternativa montada por Alex Ferguson (que terá que passar a segunda mão sem Evra, que viu mais um cartão amarelo). Foram várias as tentativas e dois os momentos de génio. Aos 22": passe inteligente de Seedorf e Kaká em dois toques, um para deixar dois adversários para trás e o outro para, de ângulo difícil, bater Van der Sar. Aos 37": Evra e Heinze fizeram do fácil difícil (chocaram quando tentavam o corte) para Kaká fazer do difícil fácil. Fez também o seu nono golo em 11 jogos, destacando-se ainda mais como o melhor marcador desta Champions.
O intervalo chegou com mais posse de bola para o AC Milan e com duas vezes Kaká. Na segunda parte, o United equilibrou tudo. Ou seja: mais posse de bola e duas vezes Wayne Rooney. Também no caso do inglês os créditos terão que ser repartidos com dois veteranos, Scholes no primeiro caso (59") e Giggs (90"+1") no segundo. Rooney, que também já tinha ameaçado Dida (juntamente com algumas investidas de Cristiano Ronaldo), fez um primeiro desvio com sucesso para, nos últimos instantes do encontro, aplicar um remate à Rooney (o seu quarto golo na prova).
Refira-se que sir Alex Ferguson atravessou os noventa e poucos minutos de jogo sem fazer uma única substituição - o banco, mais pobre que o costume, desaconselhava-o.
Jogo em Old Trafford. Assistência: 73.820 espectadores
Manchester United Van der Sar; O"Shea, Wes Brown, Heinze, Evra; Fletcher, Carrick, Scholes; Giggs, Cristiano Ronaldo, Wayne Rooney.
AC Milan Dida; Oddo, Nesta, Paolo Maldini (Bonera, 46"), Jankulovski; Gattuso, Pirlo, Ambrosini, Seedorf; Kaká; Gilardino (Gourcuff, 84")
Árbitro Kyros Vassaras (Grécia)
Amarelos Evra (42"), Giggs (62"), Kaká (62") e Bonera (74").
Golos 1-0 por Cristiano Ronaldo, aos 5"; 1-1 por Kaká, aos 22"; 1-2 por Kaká, aos 37"; 2-2 por Rooney, aos 59"; 3-2 por Rooney, aos 90"+1".

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