No passado 19 de Abril de 1995
Passou uma hora, duas, 24 e ao segundo dia veio a segunda bomba: o autor do violentíssimo atentado que destruiu um edifício público do estado americano de Oklahoma não era um terrorista do Médio Oriente, não era membro de uma seita de religiosos fanáticos, nem de um gang marginal de uma minoria étnica - essas foram, então, as hipóteses analisadas publicamente em todo o lado. Mas veio o nome e a seguir a fotografia e o autor, Timothy McVeigh (mais tarde executado numa prisão), era afinal um WMA (white male american), um rapaz branco de 27 anos e olhos azuis, ex-soldado, racista, defensor da supremacia branca e "um tipo louco por armas, que dormia com uma na cama". Na explosão, morreram 168 pessoas, muitas das quais crianças, e 800 ficaram feridas. Até ao 11 de Setembro de 2001, era o mais violento ataque terrorista em solo americano na história.Foi há 12 anos e o mundo, percebe-se lendo as notícias da época, mudou muito - mesmo.
A primeira análise na altura foi que, se tinha acontecido em Oklahoma City, cidade pacata, podia acontecer em qualquer lugar. Tinha morrido, disse-se, o "mito da invulnerabilidade americana". Sob o choque das imagens, os americanos admitiram de imediato restrições às suas liberdades e pediram mais vigilância dos estrangeiros. Depois, afinal, McVeigh era branco e americano, mas o discurso não mudou. Bárbara Reis