Carlos Lopes sonha com organização de maratona de nível mundial em Lisboa
Carlos Lopes Gold Marathon realiza-se no próximo domingo, ainda aquém das expectativas do antigo atleta. Organização espera 3000 pessoas nas ruas de Lisboa
Além da prova principal, a Carlos Lopes Gold Marathon integra mais três eventos: a Bike Marathon (42,195 km em bicicleta), a prova de Atletismo Solidário (10 km entre o Parque Eduardo VII e o Pavilhão de Portugal, em que parte da inscrição reverte para instituições de carácter social) e a Correr em Família (1000 metros no Parque das Nações). Hoje é o último dia de inscrições, sendo possível fazê-lo através do site www.clgoldmarathon.com.
a "Andei 20 anos para ser campeão olímpico e outros 20 para criar a minha fundação. Espero não andar mais 20 anos para ter uma grande maratona em Lisboa." As palavras de Carlos Lopes, ontem, na apresentação da maratona com o seu nome, cuja terceira edição se realiza domingo, expressam bem as dificuldades que o antigo atleta tem enfrentado para reunir apoios que lhe permitam concretizar o sonho de ter uma prova de nível mundial em Lisboa.
"Há sempre muitas dificuldades nas primeiras edições. Eu e a fundação [Carlos Lopes] temos consciência que só com muito trabalho é que vamos conseguir", disse o antigo atleta ao PÚBLICO, não escondendo que neste terceiro ano da prova esperava "mais apoios de algumas entidades". Quais? "É melhor não dizer", respondeu Carlos Lopes. Mas o primeiro campeão olímpico português (Los Angeles 1984) acredita que será possível colocar a sua maratona no topo. "Posso até dizer que tenho algumas propostas, não portuguesas, de pessoas que estão interessadas em promover esta maratona e torná-la uma das dez melhores do mundo", revelou, sem, no entanto, avançar pormenores.
Por enquanto, a Carlos Lopes Gold Marathon "está a meio caminho" dos 500 mil euros necessários para fazer uma prova de nível mundial. "Para se realizar uma grande maratona, é preciso trazer os melhores do mundo. E o dinheiro é a atracção", diz o campeão olímpico, para quem os grandes maratonistas só correm uma maratona de grande nível por ano. "Fazer 2h06m ou 2h07m é um desgaste tremendo." Carlos Lopes também não está preocupado com a proximidade das maratonas de Paris e Roterdão, que se realizam no mesmo dia (e a de Londres corre-se uma semana depois). Uma inevitabilidade, já que "Abril é o melhor mês para estas provas na Europa".
Na edição deste ano - que começa às 9h de domingo no topo do Parque Eduardo VII e termina no Parque das Nações, junto ao Pavilhão de Portugal -, participarão 250 a 300 atletas na prova principal (cerca de 3000 no total), destacando-se os quenianos Isaac Kiprono, Basweti Momanyi (vencedor em 2006), Paul Korir, David Kilel e Festus Langat. O objectivo é que seja batida a melhor marca da maratona em território nacional: 2h09m52s, obtida pelo queniano Lawrence Saina, no Porto, em 2006. A prova conta também, pela primeira vez, para o campeonato nacional de maratona, embora alguns dos principais atletas portugueses fiquem de fora por causa dos Nacionais de estrada.