Patti LaBelle e Jennifer Hudson brilham nos prémios GLADD
Organização de defesa dos direitos dos homossexuais também distinguiu o reality show Project Runway
a O programa de televisão sobre candidatos a criadores de moda Project Runway, apresentado por Heidi Klum, e o filme independente Quinceanera ganharam segunda-feira os prémios entregues pela norte--americana Gay & Lesbian Alliance Against Defamation (GLADD), uma espécie de vigilante dos media dedicada a garantir a representação justa dos homossexuais nos media. Mas a noite pertenceu à cantora Patti LaBelle e à actriz e cantora Jennifer Hudson, vencedora de um Óscar de Melhor Actriz Secundária pela sua interpretação no filme Dreamgirls.
A diva do R&B Patti LaBelle foi homenageada na 18.ª gala da aliança gay e lésbica contra a difamação com um prémio de reconhecimento, apresentado pela jovem Jennifer Hudson, pela sua defesa dos direitos de lésbicas e homossexuais e pelo seu empenho na luta contra a sida.
"Não sabia que eras tão simpática", disse Patti LaBelle a Jennifer Hudson durante a entrega do galardão. "Pensava que eras uma cabra", brincou a diva, que explicou que não conhecia Hudson antes do momento em que se encontraram em palco. O discurso de agradecimento de Patti LaBelle foi quase todo dedicado a elogiar a jovem, que em pouco tempo passou de concorrente perdedora do concurso televisivo American Idol (a versão americana de Ídolos, transmitido na SIC) a vencedora de um Óscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, no mês passado, pelo seu primeiro trabalho como actriz no cinema, em Dreamgirls.
O momento, com toques de passagem de testemunho entre uma diva da música negra e uma cantora-actriz que se estreou num papel em que se fazia a súmula de Aretha Franklin e da Supreme Florence Ballard, conquistou o público nova-iorquino e provocou um ribombar de palmas que saudou a união das duas vozes numa canção. Hudson e LaBelle interpretaram a cappella Nobody Knows the Trouble I"ve Seen, de Louis Armstrong, e Jennifer Hudson parecia espantada pela homenagem que lhe foi feita, agradecendo a LaBelle com um simples: "Tu és quem eu idolatro".
A GLADD foi criada para combater e denunciar as abordagens negativas feitas pelos media dos temas relacionados com a comunidade gay e lésbica e distingue há 18 anos os protagonistas dos actos mais benéficos para a representação inclusiva e não discriminatória dessa mesma comunidade. Na 18.ª gala, foram distinguidos o criador de moda norte-americano Tom Ford, bem como a comediante Kate Clinton, pelo seu papel como exemplos e modelos de comportamento homossexuais.
Já o reality show Project Runway, que vai na sua terceira edição no canal americano Bravo, foi premiado como melhor programa do género, e o filme Quinceanera, sobre uma adolescente de origem mexicana que engravida em Los Angeles e é acolhida pelo seu primo homossexual, foi eleito o melhor filme de edição limitada. O canal de cabo HBO conquistou um prémio de melhor documentário pelo filme All Aboard! Rosie"s Family Cruise, que versa sobre o novo negócio da comediante e actriz Rosie O"Donnell, que criou uma linha de cruzeiros charter para famílias com pais homossexuais.
O"Donnell, conhecida pela sua franqueza, agradeceu à lenda do ténis Billie Jean King, que era alvo de outro documentário nomeado para o prémio. "Se não fosse a Billie Jean King, não teria existido um movimento gay." A tenista protagonizou a hoje célebre batalha dos sexos por ter jogado contra um tenista para provar que o jogo das mulheres no ténis era tão bom ou melhor do que o masculino, no âmbito de uma luta contra o sexismo que culminaria com a sua revelação de que é lésbica, tornando-se numa das primeiras desportistas norte-
-americanas a fazê-lo.
Também distinguidas pela GLADD foram a revista Details, o New York Times e o seu colunista Frank Rich, o Los Angeles Times, o Washington Post, bem como a telenovela All My Children, o talk show de Oprah Winfrey (transmitido em Portugal pela SIC Mulher, no cabo), o programa de informação Newsline.
Na gala estiveram presentes muitas caras célebres das artes e desportos americanos, nomeadamente as actrizes Julianne Moore e Cynthia Nixon, o realizador John Waters, a cantora Hillary Duff e o antigo basquetebolista da NBA John Amaechi, que recentemente assumiu a sua homossexualidade e se tornou no primeiro jogador da liga norte-americana a fazê-lo. Reuters