Família de Harry Houdini quer exumar corpo do mágico
a O mágico Harry Houdini morreu em 1926, aos 52 anos, de uma peritonite que teria sido causada por uma ruptura do apêndice. Mas a família do húngaro, uma das primeiras super-estrelas da magia do século XX, quer exumar o corpo para esclarecer se os rumores de envenenamento que rodeiam a sua morte são verdadeiros. O processo de pedido de exumação, 81 anos após a sua morte, começa esta semana.George Hardeen, sobrinho-neto do mágico, acredita que "o país e o mundo têm o direito de conhecer toda a verdade sobre a morte de Houdini". A mais conhecida explicação para a sua morte envolve um estudante canadiano, que terá desafiado o mágico a suportar um murro no estômago. Houdini não estava bem preparado e o estudante continuou a golpeá-lo, rompendo o apêndice e causando uma peritonite fatal. Mas, à luz da medicina actual, não é possível que tal tenha acontecido. O corpo nunca foi autopsiado.
"Oitenta anos após a sua morte, foram revelados dados que a mergulham num mistério tão grande quanto o que rodeava a sua vida", disse o advogado de Hardeen, Joseph Tacopina. Esses dados "sugerem que ele foi envenenado". Uma biografia publicada no ano passado, The Secret Life of Houdini, indica que o mágico recebeu ameaças de morte por parte de espiritistas.
Houdini, nascido Ehrich Weiss, tornou-se célebre pelos seus números de escapismo realizados nos EUA. Adulado pelo público, tinha, contudo, vários inimigos, sobretudo na comunidade espírita, por ter exposto o carácter fraudulento de alguns dos seus membros.
É sobre eles, e em particular sobre a médium Margery Crandon ou sobre o seu marido, que recaem as suspeitas. "Havia um móbil para assassinar Harry Houdini", disse Tacopina. Anna Turlow, sobrinha-bisneta do casal Crandon, ajudou na recuperação dos documentos que suportam a tese de homicídio e apoia a exumação do cadáver.
Agora, a família do icónico mágico quer que uma equipa de investigadores forenses, liderada por James Starrs, se debruce sobre os restos mortais de Harry Houdini, sepultados em Nova Iorque. "Vamos examinar os seus cabelos, unhas e quaisquer fracturas ósseas", explicou Starrs, em busca de vestígios de veneno.