Nobel James Watson vai presidir ao conselho científico da Fundação Champalimaud
James Watson, de 78 anos, dirige o Laboratório de Cold Spring Harbor, em Long Island, Nova Iorque. Em Janeiro, Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, foi até lá convidá-lo. “Com muita honra para a fundação, James Watson aceitou”, informa Vítor Cunha, consultor de comunicação da fundação.
Caberá agora ao cientista norte-americano escolher os restantes membros do conselho científico.
James Watson foi uma das personagens principais num dos grandes avanços científicos de sempre, narrados pelo próprio em “A Dupla Hélice” (Gradiva). Em 1951, foi para o Laboratório Cavendish da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, onde começou a trabalhar com o britânico Francis Crick (falecido em 2004).
Não tardou muito, os seus esforços permitiram descobrir que a molécula de ADN tem a forma de uma dupla hélice. E que no meio se encontram quatro unidades químicas (adenina, timina, citosina e guanina). Watson, Crick e Maurice Wilkins, que também contribuiu para esta descoberta, receberam o Prémio Nobel da Medicina de 1962.
Watson passa a ser mais um dos nomes sonantes ligados à fundação à qual António Champalimaud deixou em testamento cerca de 500 milhões de euros, para serem aplicados em investigação médica. Simone Veil (ex-presidente do Parlamento Europeu), Mary Robinson (ex-Presidente da República da Irlanda) e o neurologista António Damásio fazem parte do conselho de curadores, um órgão consultivo e de aconselhamento para questões estratégicas da fundação.
Na investigação básica, a fundação irá apostar nas neurociências, enquanto na investigação clínica se concentrará no cancro. Também construíra um centro de investigação próprio, ligado a um hospital de dia, no distrito de Lisboa.