As privadas uma a uma

Universidade Atlântica1996, Oeiras
1040 alunos

Nasceu no meio da polémica. Da entidade instituidora faziam parte nomes do executivo de António Guterres e a oposição falou em favorecimento político. Além da ex-secretária de Estado da Educação Ana Benavente e do ministro da Justiça Vera Jardim, entre os accionistas também estava o município de Oeiras. Não apresenta grandes dificuldades.

Universidade Autónoma1985, Lisboa, Caldas da Rainha, Tomar e Almeirim
4000 alunos

No início da década de 1990, a universidade era notícia e um dos actores foi o actual reitor da Independente, Luiz Arouca, destituído pela administração da universidade. Arouca recusou-se a sair e durante umas semanas funcionaram duas reitorias. O ministro Couto dos Santos chegou a admitir o fecho da escola, mas o tribunal deu razão a Arouca, que voltou a ser reintegrado. A instituição sentiu uma quebra acentuada do número de alunos, dos dez para os quatro mil.

Universidade Fernando Pessoa1996, Porto
3987 alunos

No final da década de 1990, a universidade estava nos jornais por abrir matrículas para cursos que não estavam autorizados pelo Ministério da Educação. Hoje os cursos estão aprovados e adequados a Bolonha. A informação disponível sobre a sua situação financeira é escassa.

Universidade Moderna1986, Lisboa, Setúbal e Beja
1268 alunos

Protagonista do caso mais polémico das universidades privadas, com um mediático julgamento de 13 arguidos acusados de gestão danosa, tráfico de influência, corrupção e associação criminosa. José Braga Gonçalves, filho do reitor, acabaria por ser condenado a 12 anos de prisão. Passada esta grave crise de 2000, nunca mais conseguiu recuperar o equilíbrio financeiro. Nos tribunais correm ainda 37 acções contra esta cooperativa.

Universidade Independente Lisboa, 1993
2500 alunos

A situação financeira é tão complicada que o pedido de insolvência foi entregue ao tribunal, pela direcção da empresa proprietária, em Março do ano passado. Nos tribunais correm actualmente contra ela, pelo menos, 24 acções. A situação frágil acabou por permitir que fosse adquirida pela congénere angolana, isto depois de ter tentado, sem sucesso, a fusão com várias outras universidades. Está a ser investigada pela Judiciária. Universidade Internacional
1984, Lisboa e Figueira da Foz
484 alunos

Embora a universidade se mantenha em actividade, o processo de insolvência da SIPEC, a empresa proprietária, está em tribunal desde Maio de 2004. Desde Dezembro de 2004 foram postas em tribunal pelo menos quatro acções contra a sociedade.

Universidade Lusíada1986, Lisboa, Porto, Vila Nova de Famalicão
8904 alunos

A entidade instituidora da Universidade Lusíada era a Cooperativa de Ensino Universidade Lusíada, que em 2004 passou a chamar-se Fundação Minerva. Esta passagem foi autorizada pelo Governo de Durão Barroso e ficou envolta em polémica, já que havia pareceres, um deles de Leonor Beleza, que contrariavam a decisão. Na altura foram lembradas as inúmeras relações entre membros do Governo e a instituição, a começar por Durão Barroso, que fora director do departamento de Relações Internacionais. Há quatro anos, a Universidade Lusíada do Porto foi notícia por, durante dois anos consecutivos, ter aceitado mais alunos do que o autorizado pelo ministério, no curso de Psicologia. Antes disso fizera o mesmo com Arquitectura. É uma das que parecem resistir à crise do ensino superior privado.Universidade Lusófona
1987, Lisboa e Porto
15.000 alunos

De 1991 a 1998 funcionava com um asterisco no nome, à espera que o Estado autorizasse a transformação do Instituto Superior de Matemática e Gestão (Ismag) em Universidade Lusófona. A autorização veio com o ministro Marçal Grilo, que aproveitou ainda para aprovar mais de duas dezenas de licenciaturas em todas as áreas. Dois anos antes, a fundadora da cooperativa instituidora do Ismag, Teresa Costa Macedo, é afastada pelo actual administrador, Manuel Damásio, no meio de acusações de irregularidades, desvio de fundos e pagamentos a juízes. Pertence à cooperativa Cofac, um grupo que se tem vindo a reforçar e diversificar.

Universidade Portucalense Infante D. Henrique1986, Porto
1761 alunos

Com 20 anos, a Universidade Portucalense viveu um momento difícil devido à má gestão, chegando a ter professores que se queixavam de salários em atraso. Actualmente ainda está a recuperar, reconhece o vice--reitor, José Manuel Tedim. Tem um processo de insolvência em curso desde Setembro de 2004 e um passivo superior a 20 milhões de euros. Bárbara Wong e José António Cerejo

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