Alguns Conselhos de Autoprotecção Contra Sismos
Antes


Informe-se se a sua residência e local de trabalho se localizam numa zona sísmica de risco

Prepare a sua casa de forma a facilitar os movimentos em caso se sismo, libertando os corredores e passagens, arrumando móveis e brinquedos, etc.

Tenha à mão uma lanterna eléctrica, um rádio portátil e pilhas de reserva para ambos, bem como um extintor (verifique o prazo de validade) e um estojo de primeiros socorros

Localizar os locais mais seguros. É o caso do vão de portas interiores, de preferência em paredes-mestras, cantos das salas, debaixo de mesas, camas e outras superfícies estáveis, longe das janelas, espelhos e chaminés, fora do alcance de objectos, candeeiros e móveis que possam cair

Localizar os locais mais perigosos: saídas, junto a janelas, espelhos e chaminés, junto a objectos, candeeiros e móveis que possam cair, no meio das salas, elevadores

Fixe as estantes, as botijas de gás, os vasos e floreiras às paredes da casa

Coloque os objectos pesados ou de grande volume no chão ou nas estantes mais baixas

Ensine a todos os familiares como desligar e electricidade e cortar a água e o gás

Armazene água em recipientes de plástico fechados e alimentos enlatados para dois ou três dias. Renove-os de tempos a tempos.Tenha à mão medicamentos correntes mais necessários

Durante

Se está dentro de casa ou de um edifício:

Se estiver num dos andares superiores de um edifício não se precipite para as escadas. Abrigue-se no vão de uma porta interior, nos cantos das salas ou debaixo de uma mesa ou cama. Nunca utilize elevadores

Mantenha-se afastado de janelas, espelhos e chaminés.

Tenha cuidado com a queda de candeeiros, móveis ou outros objectos

Se estiver no rés-do-chão de um edifício e a sua rua for suficientemente larga (por exemplo mais larga que a altura dos edifícios), saia de casa calmamente e caminhe para um local aberto, sempre pelo meio da rua.

Se está na rua:

Dirija-se para um local aberto, com calma e serenidade. Não corra nem ande a vaguear pelas ruas

Enquanto durar o sismo não vá para casa

Mantenha-se afastado dos edifícios, sobretudo dos velhos, altos ou isolados, dos postes de electricidade e outros objectos que lhe possam cair em cima

Afaste-se de taludes e muros que possam desabar

Se está num local com grande concentração de pessoas (escola, sala de espectáculos, edifício de escritórios, fábrica, loja, etc.):

Não se precipite para as saídas. As escadas e portas são pontos que facilmente se enchem de escombros e podem ficar obstruídos por pessoas a tentar deixar o edifício

Nas fábricas, mantenha-se afastado das máquinas, que podem tombar ou deslizar

Fique dentro do edifício até o sismo cessar. Saia depois com calma, tendo em atenção as paredes, chaminés, fios eléctricos, candeeiros e outros objectos que possam cair

Se está a conduzir:

Pare a viatura longe de edifícios, muros, taludes, postos e cabos de alta tensão e permaneça dentro dela

Depois

Mantenha a calma e conte com a ocorrência de possíveis réplicas. Cumpra as instruções que a rádio difundir

Não se precipite para as escadas ou saídas. Nunca utilize elevadores

Não fume, nem acenda fósforos ou isqueiros. Pode haver fugas de gás ou curto-circuitos. Utilize lanternas a pilhas

Corte a água e o gás e desligue a electricidade

Limpe urgentemente os produtos inflamáveis que tiverem sido derramados (álcool, tintas, etc.).

Fonte: Serviço Nacional de Protecção Civil (www.snbpc.pt)





Magnitude de um sismo (Escala de Richter)

A magnitude é uma tentativa de comparar sismos em termos da sua energia e poder totais. A duração do sismo não entra em linha de conta no conceito de magnitude.

A magnitude avalia-se medindo a máxima deslocação ou amplitude dos traços dos sismógrafos, sendo determinada depois de feita a correcção devida à distância entre o epicentro e o sismógrafo.

Teoricamente, os cálculos de magnitude de várias estações sísmicas deveriam dar o mesmo valor para o mesmo sismo mas, por vezes, registam-se discrepâncias nas magnitudes registadas de um dado sismo, devido aos diferentes caminhos das várias ondas de um mesmo sismo captadas pelo sismógrafo.

A magnitude é um conceito inicialmente desenvolvido pelo físico e sismólogo americano Charles Francis Richter (1900-1985) e pelo seu colega Beno Gutenberg, com base no estudo dos sismos ocorridos na Califórnia.

Na escala desenvolvida em 1935 por Gutenberg e Richter - e que ficaria conhecida pelo nome de escala de Richter - um sismo de grau 2 é o mínimo que uma pessoa pode sentir (um ligeiro tremor). Os danos em prédios acontecem acima dos 6. Os maiores sismos registados até hoje tiveram uma magnitude de 8,9.

Para cobrir o enorme leque de magnitudes dos sismos, a escala de Richter é logarítmica - cada unidade representa um aumento de dez vezes da amplitude das ondas medidas, e aproximadamente um aumento de 30 vezes da energia.
Intensidade de um sismo (Escala de Mercalli)

A escala de Mercalli (Modified Mercalli Intensity Scale) mede a intensidade dos sismos. A intensidade classifica o grau do tremor. É calculada "a posteriori", através da inspecção dos estragos e outros efeitos dum sismo, que normalmente são maiores junto do epicentro, diminuindo com a distância.

Durante muitos anos, a escala mais usada para medir a intensidade de um sismo foi uma escala de dez pontos desenvolvida por Michele Stefano de Rossi e François-Açlphonse Forel em 1878.

Apesar de tudo, a escala de Mercalli está hoje quase fora de uso, sendo usualmente substituída pela escala de Richter, que mede a magnitude dos sismos.

A intensidade da escala de Mercalli é expressa em numerais romanos - I a XII - e é puramente descritiva. Para determinar a intensidade, recolhe-se informação através da resposta a questionários e de relatórios de especialistas em danos sismicos. A partir dessas informações, é então possível fazer um mapa isosismal, formado por linhas que limitam as áreas com a mesma intensidade, à volta do epicentro. Com o mapa dos valores de intensidade é possível estimar a magnitude e profundidade do epicentro, pelo intervalo dos contornos das linhas de intensidade e o valor máximo da magnitude.

Versão simplificada da escala de Mercalli:

I - Não se sente.

II - Só é sentido por pessoas em descanso ou nos andares superiores de um prédio.

III - Só é sentido por pessoas dentro de casa. Candeeiros do tecto balouçam. A vibração sentida é semelhante à provocada por um camião que passa.

IV - Vibração semelhante à provocada pela passagem de camiões pesados. Carros estacionados balouçam. Objectos de louça e janelas vibram. Objectos de cristal tilintam. Soalhos de madeira e vigas podem ranger.

V - Sente-se mesmo na rua. pode estimar-se a direcção das vibrações. Acordam pessoas que dormem. Agita líquidos em repouso, podendo mesmo entornar os copos cheios. Pequenos objectos são deslocados. As portas abrem-se e batem. Os relógios de pêndulo param ou aceleram.

VI - Sentido por toda a gente. Pessoas assustam-se e saem para rua. Tornar difícil andar. Quadros caem das paredes. Móveis mexem-se ou caem. Caliça cai das paredes, azulejos racham. Pequenos sinos começam a tocar. Árvores e arbustos abanam.

VII - Dífícil manter-se de pé. Mesmo os condutores de automóveis o sentem. Os objectos suspensos balançam. Móveis partem-se. Tijolos e azulejos mais frágeis partem-se. Chaminés mais frágeis desabam. Cai gesso das paredes, tijolos soltos, cornijas, pedras, telhas. Formam-se ondas nos lagos e tanques. As águas ficam sujas de lama. Criam-se declives e desníveis ao longo de areais e zonas de gravilha. Grandes sinos tocam. Valas de cimento ficam danificadas.

VIII - A condução de automóveis é afectada. Construções são afectadas, algumas podem cair parcialmente. Queda dos estuques e de algumas paredes de tijolo. Chaminés torcem-se e caem, monumentos, torres, depósitos de água elevados caem igualmente.

Estrutura das casas desloca-se ou chega mesmo a cair. Paredes soltas caem. Ramos das árvores partem-se. Temperatura e caudal da água das fontes e poços é alterada. Surgem brechas no solo em declives e na terra molhada.

IX - Pânico generalizado. Construção mais frágeis são destruídas. As construções normais são muito danificadas, algumas colapsam. Mesmo as construções mais sólidas são afectadas. Reservatórios de água danificados. Canalizações subterrâneas são afectadas. Brechas visíveis no solo. Nas zonas aluviais, areia e lama é ejectada.

X - A maior parte das construções é destruída juntamente com as fundações. Construções mais sólidas de madeira e pontes colapsam. Danos graves em barragens, diques e cais. Grandes deslocamentos de terra. Água de canais, rios, lagos é projectada. A areia e lama sofre grandes deslocações laterais nas praias e regiões planas. Carris de caminho de ferro são ligeiramente torcidos.

XI - Carris de caminho de ferro muito torcidos. Canalizações subterrâneas completamente destruídas

XII - Danos quase totais. Grandes massas rochosas deslocadas. As linhas de nível são alteradas. Objectos são lançados ao ar.

Sismo sentido em Portugal atingiu 5,8 de magnitude na escala de Richter

Foto
PUBLICO.PT

A escala de Richter é uma medida objectiva de libertação de energia pelo sismo, mas a intensidade do abalo, que é um dado subjectivo baseado nos efeitos observados, é indicado pela escala de Mercalli modificada. Neste caso, refere um comunicado do IM, a intensidade atingida foi de V na região do Barlavento algarvio e não causou estragos nas construções de média qualidade. No Alentejo e na região de Lisboa foi sentido com a intensidade de IV.

Já o Centro Euro-Mediterrânico de Sismologia calculou a magnitude do sismo em 6,1 (dados provisórios). A estação do Centro de Geofísica de Évora (CGE) disponibiliza estes dados no seu “site”, em http://www.cge.uevora.pt/, bem como o registo do sismo obtido pela sua própria estação sísmica.

"O sismo foi numa zona onde costumam acontecer sismos, nomeadamente o de 1969", disse ao PÚBLICO o geofísico José Borges, do CGE. Mas o sismo de 1969 teve uma magnitude superior a sete, uma ordem de grandeza que fez com que tivesse consequências completamente diferentes. "O sismo que sentimos aqui hoje durou alguns segundos, aí uns dez, talvez nem tanto", descreveu José Borges.

Para já, a profundidade da ruptura na crosta terrestre foi determinada em 33 quilómetros. "Não terá sido a uma profundidade superior, mas pode ter sido inferior", acrescentou José Borges.

Do outro lado do Atlântico, os Serviços Geológicos dos Estados Unidos também registaram o abalo e logo colocaram no seu site a informação. Consideraram-no um sismo forte, com 6,0 de magnitude na escala de Richter, e localizaram-no a 248 quilómetros a sudoeste de Faro e a 337 quilómetros de Lisboa.

Sentiu o sismo? Diga-nos onde estava e o que sentiu. Deixe o seu testemunho no espaço de comentários a esta notícia.
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