O que são comunidades terapêuticas?
"São unidades especializadas que prestam cuidados a toxicodependentes que necessitam de internamento prolongado com apoio psicoterapêutico e socioterapêutico", define o Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT). "Estes dispositivos, ao proporem uma ruptura com o meio onde os consumidores se inserem e através de apoio especializado, sob supervisão psiquiátrica, têm como objectivo o reaprender a viver sem drogas", explica ainda. O IDT dispõe de 3 unidades públicas deste tipo, mas há dezenas de unidades privadas licenciadas - 56 têm convenção com o IDT. Ver contactos em http://www.idt.pt/id.asp?id=p8p21.
Como funcionam?
Há vários modelos terapêuticos. A Clínica do Outeiro, por exemplo, adaptou um canadiano designado Le Portage, que pretende "ajudar os residentes a identificar os aspectos causadores dos problemas [de dependência]; salientar as competências necessárias para lidar com essas circunstâncias e as solucionar", descreve o director, o psiquiatra Freitas Gomes. "É dada particular importância à auto-ajuda e à interajuda. É criado um ambiente onde os indivíduos possam reflectir sobre si próprios, aprender a lidar com os seus sentimentos, desenvolver um estilo de vida positivo, auto-suficiente e responsável".
Há muitas destinadas a adolescentes?Em Portugal, segundo o IDT, só existem duas comunidades terapêuticas licenciadas para acolher adolescentes: a do Outeiro (Vila do Conde) e a Crescer, em Loures. O Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) licenciou 41 camas para adolescentes e convencionou 34 (14 no Outeiro e 20 na Crescer).
Tem sentido separá-los dos adultos?Há quem defenda que sim e quem defenda que não. Tanto que várias comunidades terapêuticas acolhem um ou outro menor de 18 anos (em todo o caso, maior de 16, garante o IDT). Os modelos podem ser adaptados, o que pode passar, por exemplo, por atender ao facto de um adolescente precisar de mais horas de sono e de acompanhamento escolar.