Trata-se de um tríptico encomendado pela própria Gulbenkian para assinalar os 50 anos da sua fundação, em 2006, e inspira-se num conto de Almeida Faria, "Vanitas, 51 Avenue d'Iéna", que vai ser apresentado na mesma sessão pelo cineasta e encenador Jorge Silva Melo.
Segundo Almeida Faria, aquela obra de Paula Rego, que ficará exposta permanentemente no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, é uma "reflexão visual acerca do próprio conceito de vanitas enquanto precariedade da nossa frágil existência humana".
O painel central, com 1,3 metros por 1,20 metros, é um pouco maior que os outros dois, que têm 1,10 metros por 1,30 metros.
"No centro do seu tríptico, de braços cruzados, entre retrato e majestade e realístico auto-retrato, Paula Rego preside à cerimónia da vida entre o sono onde a morte se esquece e vida que de olhos bem abertos parece disposta a 'matar a morte', como Shakespeare ousou escrever", assinalou o ensaísta Eduardo Lourenço.
Paula Rego, 71 anos, é um dos nomes da pintura portuguesa com maior projecção internacional, juntamente com Helena Vieira da Silva. Estudou na década de cinquenta em Londres, onde ainda vive, e fez a primeira exposição individual em 1981.