Milhões de peregrinos começam a desfilar em Meca
Todos os muçulmanos de boa saúde e com capacidade financeira para a viagem devem fazer a peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida. Este ano, esperam-se mais de dois milhões de fiéis (perto dos três milhões, diz mesmo a Associated Press), dos quais 1,6 milhões provenientes do estrangeiro.
As autoridades sauditas estão em estado de alerta para tentar prevenir a sobrelotação, quase sempre fatal, e tensões entre as duas principais facções do islamismo, sunitas e xiitas, que convergem para Meca nesta altura. O ministro do Interior saudita, o príncipe Nayef bin Abdulaziz, foi peremptório, antes dos rituais: "Não permitiremos tensões confessionais durante a festa do hajj."
"A peregrinação não é um lugar para içar bandeiras políticas ou palavras de ordem que dividam os muçulmanos", declarou ontem o ministro saudita para os Assuntos Islâmicos, xeque Salih bin Abdulaziz.
Mais de 30 mil polícias e agentes de segurança foram destacados para aquela que é uma das maiores celebrações religiosas do mundo. A sua missão é aliviar o tráfego humano junto dos locais que têm sido marcados por trágicos incidentes. Em Janeiro, 362 peregrinos foram mortalmente esmagados devido à sobrelotação da ponte Jamarat durante o hajj. Foi o pior acidente do género nos últimos 16 anos.
O ministro do Interior saudita anunciou que houve melhorias este ano para prevenir incidentes na ponte Jamarat, onde no sábado se procederá ao simbólico apedrejamento do demónio - um dos rituais mais susceptíveis de causar tragédias.
"Não estou preocupado com potenciais incidentes, porque, ao fim e ao cabo, está tudo nas mãos de Deus", disse à Reuters Ibrahim Mustafa, 26 anos, peregrino em Meca pelo segundo ano consecutivo.