Fármaco abortivo vendido ilegalmente na Internet

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Por oito pastilhas de Cyotec cobravam cem euros, mais 15 para gastos de envio Marco Maurício/PÚBLICO (arquivo)

Para além de enviarem doses do fármaco para várias cidades espanholas, os detidos tinham também compradores em Portugal e na Suíça.

A polícia da Catalunha iniciou a investigação a 14 de Dezembro, depois de ter sido alertada, por correio electrónico, para a existência de um blog onde se publicitava e vendia um fármaco abortivo.

Para comprovar se se tratava ou não de uma fraude, os efectivos da polícia catalã compraram o medicamento seguindo o procedimento indicado na Internet e as instruções que os vendedores lhes deram por telefone.

Em 24 horas — e sem que os agora detidos se interessassem pela idade da destinatária do fármaco — os agentes receberam um envelope com oito pastilhas e um impresso com instruções detalhadas sobre como usá-lo na prática de um aborto.

Por oito pastilhas de Cyotec — quantidade que diziam segura para assegurar o aborto — cobravam cem euros, mais 15 para gastos de envio. Numa farmácia, uma caixa de 40 comprimidos custa 10,40 euros.

Após identificar os vendedores, a polícia catalã contactou a polícia nacional, que informou estar a seguir os passos dos suspeitos (um polaco e uma peruana, ambos de 23 anos), na sequência de um furto.

Segundo o comunicado da polícia, os efeitos secundários do fármaco — vendido mediante receita médica — podem ter consequências imprevisíveis. Pode provocar vómitos, hemorragias, dor abdominal, ansiedade, confusão, depressão e nervosismo. Bronquite, pneumonia, edemas, arritmias, quebra de tensão, hemorragias vaginais são outros dos efeitos secundários deste medicamento. Se o aborto não foi bem sucedido, pode acontecer que o bebé nasça com malformações, atrasos mentais e até paralisia cerebral.

A investigação continua e a polícia não descarta novas detenções.

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