Universidade Sénior de Matosinhos abre portas em Janeiro
O projecto, financiado em 30 mil euros pela Câmara de Matosinhos, está a ser desenvolvido pela autarquia, pelos quatro clubes de rotários do concelho (Leça da Palmeira, Matosinhos, S. Mamede Infesta e Senhora da Hora), pela Associação Universidade Sénior de Matosinhos e pelo Centro Paroquial S. Pedro de Araújo, em Leça do Balio.
Nos termos de um protocolo assinado ontem, a autarquia comprometeu-se a fornecer os meios logísticos para viabilizar o arranque e apoiar o funcionamento e desenvolvimento da universidade, ficando a organização e gestão do projecto a cargo dos quatro clubes de rotários.
A Associação Universidade Sénior de Matosinhos será responsável pela vertente cultural do estabelecimento de ensino, de acordo com as orientações da direcção, enquanto o Centro Paroquial do Araújo cede parte das suas instalações por um período de cinco anos.
"O objectivo é contribuir para o enriquecimento cultural e para a melhoria da qualidade de vida dos seniores do concelho", proporcionando-lhes, de "uma forma duradoura e permanente, um serviço cultural, educativo e assistencial", disse o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto.
A Universidade Sénior de Matosinhos vai reger-se por um conjunto de princípios, dos quais se destacam, segundo o autarca, a criação de condições de funcionamento que não permitam a exclusão por razões de natureza sócio-económica, o regime de voluntariado para professores, gestores e outros colaboradores e o trabalho em parceria com instituições públicas e privadas que tenham como objectivo e filosofia a prática de princípios de solidariedade, ética e de serviço à comunidade.
Do montante atribuído pela Câmara de Matosinhos, cinco mil euros destinam-se ao funcionamento da instituição e 25 mil destinam-se a apoiar os investimentos necessários, nomeadamente mobiliário e recursos pedagógicos, incluindo a instalação de uma sala de informática.
Universidade sénior chegou em 1976 a PortugalAs Universidades da Terceira Idade (UTI) surgiram na década de 70, em França, com o objectivo de proporcionar aos mais idosos a possibilidades de aprenderem ou ensinarem e promover o convívio salutar e útil entre gerações.
Este movimento alastrou ao resto da Europa, chegando a Portugal em 1976 com a criação da Universidade Internacional da Terceira Idade de Lisboa.
Actualmente existem em Portugal mais de 80 universidades seniores, frequentadas por cerca de 15 mil alunos, segundo dados da Rede de Universidades da Terceira Idade, uma associação sem fins lucrativos, de âmbito nacional, de apoio aos seniores e às universidades e academias da terceira idade portuguesas.
Embora mantendo sempre os mesmos objectivos iniciais, as UTI realizam as suas actividades de diferentes formas, de acordo com o país onde se instalaram.
Todas as UTI ministram cursos e disciplinas, dando primazia à divulgação cultural e científica. As aulas são complementadas com outras actividades recreativas, nomeadamente teatro, coros, grupos de dança e ginástica, pintura e passeios.
Basicamente estas universidades funcionam em duas vertentes: ou como ensino superior sénior (modelo francês) ou como ensino não formal (modelo inglês), em prática em Portugal.