Associações de ex-combatentes enviam caderno reivindicativo comum à tutela

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As associações propõem a fixação do Dia do Combatente e a dignificação do monumento aos ex-combatentes Paulo Carriço/Lusa (arquivo)

Na carta ao ministro da Defesa, datada de ontem, as associações de ex-combatentes apresentam um conjunto de reivindicações, nomeadamente acerca das pensões.

Relativamente às pensões para os prisioneiros de guerra, as associações consideram que o princípio a respeitar "é o de que as pensões são devidas desde a entrada em vigor da lei e não da data de apresentação do requerimento". Além disso, defendem que os processos burocráticos devem ser "aligeirados, "tendo em atenção de que a constatação documental da situação de prisioneiro de guerra é bastante para a atribuição da pensão".

Os ex-combatentes exigem ainda o aperfeiçoamento das leis de contagem do tempo de serviço para efeitos de reforma ou aposentação e o alargamento do seu âmbito a todos os antigos combatentes presentes no teatro de guerra a partir de 1 de Janeiro de 1961 e que estiveram na Índia desde 1954, assim como a reabertura dos pedidos de contagem de tempo de prestação de serviço militar para efeitos de aposentação ou reforma.

Associações pedem antecipação da idade para a reforma

Ainda no que diz respeito às reformas, as associações propõem que se preveja a antecipação da idade para a reforma ou aposentação, "pelo tempo correspondente ao serviço militar prestado em condições de dificuldade ou perigosidade", além da revisão da legislação sobre as "pensões por serviços relevantes".

A discussão e promulgação "urgente" do Estatuto do Antigo Combatente, que estabeleça princípios, direitos e deveres, e a implementação de uma rede de apoio às vítimas de stress de guerra são outras das reivindicações apresentadas pelos ex-combatentes na missiva enviada a Nuno Severiano Teixeira.

Por outro lado, as associações propõem a fixação do Dia do Combatente e exigem a dignificação do monumento aos ex-combatentes, em Belém, para que lhe seja dada maior "visibilidade", bem como a dignificação dos seus cemitérios.

As associações defendem igualmente que, nas cerimónias mais representativas das Forças Armadas, devem ser convidadas as organizações nacionais e locais de ex-combatentes, "a título de representação oficial".

O "caderno reivindicativo comum" é subscrito pela Associação de Grupos Especiais e Grupos Especiais de Para-quedistas, Associação Nacional dos Combatentes de Ultramar, Associação Nacional dos Prisioneiros de Guerra, Associação de Operações Especiais, Associação Portuguesa de Ex-Combatentes Militares, Associação de Apoio a Ex-Combatentes Vítimas de Stress de Guerra, Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra e Associação SC Vilacondente Ex-Combatentes do Ultramar.

Na carta enviada ao ministro da Defesa, as associações subscritoras do "caderno reivindicativo comum" reiteram a sua vontade "de encontrarem com o Governo uma solução para os assuntos dos ex-combatentes".