"A APSS irá tomar posse de todos os bens móveis e imóveis, instalações, embarcações e equipamentos afectos à exploração do serviço, os quais, nos termos do contrato de concessão, revertem para a APSS", anunciou, em comunicado, a administração portuária de Setúbal.

A decisão da APSS surge na sequência da greve, por tempo indeterminado, dos perto de 120 trabalhadores da Transado, que reclamam o pagamento de salários em atraso desde Outubro.

Por sua vez, a Transado alega que não tem condições para proceder ao pagamento de salários devido a uma dívida da APSS relativa à prestação do serviço público de transportes fluviais entre as duas margens do Sado mas a administração portuária garante que nada deve à empresa e lembra que apelou várias vezes à reposição do serviço público.

"A Transado, apesar de repetidamente instada pela APSS, para tomar as medidas necessárias à reposição do serviço público, nada fez", argumenta a APSS, acrescentando que "a actual situação de interrupção do serviço público não pode prolongar-se".

O comunicado hoje divulgado pela APSS refere também que a inexistência de carreiras fluviais entre Setúbal e Tróia estava a causar inúmeros prejuízos aos utentes dos Concelhos de Grândola, Alcácer do Sal, Sines e Santiago do Cacém" e a prejudicar obras públicas e privadas em curso na Península de Tróia.

O sindicato dos Transportes Fluviais está satisfeito com a decisão tomada pela APSS e já anunciou para as 23h00 de hoje o fim da grave iniciada no princípio de Dezembro. "Vamos suspender a grave a partir das 23h00 de hoje mas as ligações fluviais entre Setúbal e Tróia só deverão ser retomadas, já sob a gestão da APSS, a partir das 15h00 de sexta-feira", disse o sindicalista.

Contactado pela Lusa, um trabalhador da Transado garantiu que a administração da APSS tomou conta das instalações da empresa junto ao cais de embarque dos “ferry-boats” cerca das 17h00 de hoje.