PSD considera ultrapassado incidente com eurodeputados
"O mal entendido decorreu do facto do senhor presidente [da Assembleia da República] ter entendido que a reunião era entre os líderes parlamentares e a comissão do Parlamento Europeu, quando para nós se tratou de uma reunião informal entre os líderes parlamentares e deputados europeus", afirmou o líder parlamentar do PSD, Marques Guedes, no final da reunião da conferência de líderes.
Para Marques Guedes, a realização no dia da reunião, há uma semana, das jornadas parlamentares do PCP impedia que houvesse "uma reunião entre comissões" dos dois parlamentos.
"O senhor presidente entendeu que haveria um carácter institucional da reunião, que passava por uma autorização sua", disse também o deputado social-democrata.
Questionado se considera ultrapassada esta situação, Marques Guedes respondeu afirmativamente.
"Acho que sim", afirmou o deputado do PSD, sublinhando que Jaime Gama assegurou que se mantém "o espaço de liberdade próprio dos grupos parlamentares para actividades de natureza informal, que não mexam com comissões".
"O senhor presidente reiterou inequivocamente que sempre foi e sempre será esse o seu entendimento", frisou o líder parlamentar social-democrata, que na semana passada se reuniu com Jaime Gama para discutir o assunto.
Nessa altura, Marques Guedes alertou para a necessidade de clarificar a questão, considerando que Jaime Gama "tem todas as competências para tratar institucionalmente a gestão da Assembleia da República, mas não tem nenhuma competência para ingerir na reserva de iniciativa política própria de cada grupo parlamentar".
PS desvalorizou o assunto
O PS, por seu lado, desvalorizou o assunto, com o vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro a classificá-lo de "pequena perturbação", salientando que os eurodeputados tiveram oportunidade de falar com todos os grupos parlamentares.
No final da conferência de líderes também o CDS-PP, que na semana passada se tinha recusado a comentar o incidente, considerou a questão completamente esclarecida.
"Os factos vieram dar-nos razão. Nunca foi posta em causa a liberdade dos grupos parlamentares de gerirem livremente a sua agenda", acentuou ainda o vice-presidente da bancada do CDS-PP Nuno Magalhães.