Bolívia promove integração sul-americana
Além das questões ligadas à energia, os trabalhos preparatórios do encontro abrangeram a eliminação dos vistos entre os diferentes países da América do Sul, da Colômbia e da Guiana até ao Paraguai.
Alguns destes dados foram fornecidos à imprensa pelos vice-ministros equatoriano e venezuelano das Relações Exteriores, respectivamente Diego Rivadneira e Rodolfo Sanz, tendo este último especificado que "os recursos hidrocarboníferos devem beneficiar os povos".
Foi decidido que o tema energético dominará a III Cimeira Sul-Americana, a realizar em princípio durante o próximo ano na Colômbia, depois da que ontem e hoje juntou em Cochabamba chefes de Estado como a chilena Michele Bachelet, o peruano Alan García e o mandatário eleito do Equador, Rafael Correa.
"Estão a ser dados passos para que no futuro nem sequer haja passaportes entre os países da América do Sul, o que seria uma forma de impulsionar o conhecimento entre os povos", declarou Diego Rivadneira.
O vice-ministro equatoriano falou da "revalorização da coca", planta de que existem 12 espécies principais, com um destacado papel na cultura andina e cujas folhas servem de estimulante em territórios como a Venezuela, a Colômbia, o Equador, o Peru, a Bolívia e o Brasil.
A secretária-geral da Organização do Tratado da Cooperação Amazónica (OTCA), Rosalía Arteaga, está a acompanhar os trabalhos da cimeira de Cochabamba, onde decorrem ainda simultaneamente reuniões de dirigentes dos povos indígenas e de sindicatos da região.
A Bolívia tenta conseguir a solidariedade sul-americana numa altura em que, na quinta-feira, a Câmara dos Representantes e o Senado dos Estados Unidos decidiram prorrogar por seis meses alguns benefícios alfandegários para o Peru e a Colômbia, mas não para os produtos bolivianos e equatorianos. No entender das autoridades de La Paz, toda a América do Sul deveria ser tratada de igual modo por Washington.