Blair anuncia plano de renovação do arsenal nuclear britânico

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Londres possui 200 ogivas, que equipam quatro submarinos nucleares Stuart Antrobus/Crown/EPA

Ao abrigo do novo plano, Londres irá construir novos submarinos nucleares, com custo estimado de 20 mil milhões de libras (29,7 mil milhões de dólares), substituindo os quatro vasos da classe Vanguard, com fim de vida previsto para 2014.

Para equipar os submersíveis, o Reino Unido prevê desenvolver um novo sistema de mísseis balísticos, para substituir os já antigos Trident, armados com ogivas nucleares e previstos para durar até 2025.

Falando perante a Câmara dos Representantes, Blair lembrou as “novas e potencialmente perigosas ameaças” com que a comunidade internacional se debate, como seja o terrorismo ou as ambições nucleares de Estados como o Irão ou a Coreia do Norte.

“Ainda que a guerra fria tenha terminado, não podemos garantir que nas próximas décadas vá emergir uma ameaça de grande dimensão contra os nosso interesses”, justificou.

“Também não é difícil imaginar que alguns países possam patrocinar o terrorismo a partir dos seus territórios e sabemos hoje que o terrorismo internacional procura armas químicas, biológicas e nucleares”, acrescentou Blair.

Nesse sentido, sublinhou, “seria insensato e perigoso que oReino Unido, tal como outras potências nucleares, abdicasse do seu poderio nuclear independente”.

Número de ogivas será para reduzir

Numa concessão aos deputados do Partido Trabalhista, na sua maioria contra novos investimentos em arsenais nucleares, o primeiro-ministro comprometeu-se a reduzir em 20 por cento o número de ogivas, para um máximo de 160 exemplares, até 2020.

“Temos já o arsenal mais pequeno entre as potências nucleares reconhecidas”, afirmou Blair, garantindo que o objectivo do país é manter um único dispositivo de dissuasão único.

O arsenal declarado pelo Reino Unido é composto actualmente por 200 mísseis Trident, que equipam os quatro submarinos Vanguard de propulsão nuclear.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU têm todos arsenais nucleares, sendo os maiores os que se encontram na posse de EUA e da Rússia, que há vários anos se comprometeram a desmantelar parte das ogivas. Além dos cinco, também a Índia e o Paquistão desenvolveram armas atómicas; Israel detém várias bombas embora nunca o tenha reconhecido oficialmente; e a Coreia do Norte anunciou em Outubro ter efectuado o seu primeiro ensaio nuclear.