Quase 43 milhões de passageiros em 2050
O futuro aeroporto da Ota, que será uma das principais obras lançadas por este Governo, tem um volume anual de passageiros de 42,9 milhões previsto para 2050. Este número situa-se situa-se um pouco acima dos 40 milhões de passageiros anuais que a nova infra-estrutura poderá vir a acolher, caso tenha obras adicionais numa segunda fase, isto de acordo com um plano director de referência que está neste momento em revisão.Na prática, a Ota irá ser construída em dois momentos. Em 2017, quando for inaugurado, o aeroporto deverá servir um total de 17,8 milhões de passageiros, mas terá uma capacidade superior. Nos anos seguintes, prevê-se que em 2030 chegue aos 27,1 milhões de utilizadores por ano, e em 2040 ascenderá aos 35,6 milhões, face a uma capacidade estimada de 79 movimentos por hora, entre aterragens e descolagens de aviões.
Isto de acordo com as previsões de tráfego já divulgadas pela Naer, empresa participada pela ANA, responsável pela coordenação do processo da nova infra-estrutura. Em comparação, o actual aeroporto de Lisboa deve atingir 12,5 milhões de passageiros no final deste ano e irá ser desenvolvido para acolher 16 milhões de passageiros, limite que deverá alcançar em 2015 - dois anos antes da abertura da Ota.
Investimento? Os números já conhecidos apontam para mais de três mil milhões de euros - mas o valor definitivo será definido apenas mais tarde, dependendo da forma como será lançado o concurso para o novo aeroporto. A origem do dinheiro deverá ser essencialmente privada, através de uma parceria com o Estado. Em causa estará a concessão do novo aeroporto, que irá durar entre 30 a 40 anos.
Em termos de características físicas, o actual plano director de referência aponta para duas pistas, cada uma com 3600 metros, separadas entre si por 1700 quilómetros. Uma das pistas será dimensionada para acolher o futuro avião gigante da Airbus, o A380, prevendo-se também que gradualmente sejam criadas entre 90 a 100 posições de estacionamento.
A área de implantação da nova infra-estrutura deverá ser de quase 1810 hectares, dos quais 1560 hectares para funções exclusivas da operação aeroportuária, mas a Ota não se irá limitar aos aviões. Isto, porque estará associada a uma plataforma logística para transporte de cargas e porque em redor no aeroporto deverão nascer hotéis, restaurantes e outras actividades que costumam estar ligadas aos sectores do turismo e do transporte aéreo.
Dependente ainda do futuro dos terrenos da Portela, ou seja, se em Lisboa irão permanecer a sede da ANA e outras empresas ligadas à aviação, como é o caso das companhias aéreas, está a transferência de muitos trabalhadores ligados a estes negócios para a área envolvente do novo aeroporto. É o caso dos pilotos, dos trabalhadores de manutenção aeronáutica e dos funcionários que dão apoio nos serviços de check-in, transporte de bagagem e passageiros e outros.
Quanto à criação de emprego na região, os estudos para já divulgados apontam para o surgimento de 28 mil postos de trabalho directos com a entrada em actividade da nova infra-estrutura, além de outros 28 mil indirectos na envolvente do aeroporto. Durante a fase de construção, iniciada apenas depois do final desta legislatura, e que deverá prolongar-se por seis a sete anos, espera-se que estejam envolvidos nos trabalhos entre 4000 a 5000 trabalhadores.