A saber: punk feito com instrumentos acústicos e inspiração nos folclores do Leste da Europa e/ou cigano. Entre muitas outras, que aparecem mais sub-repticiamente, como o inevitável reggae. A cabeça (esperemos que) pensante no centro do furacão é um tal de Eugene Hutz, despachado da sua Kiev natal para Nova Iorque, onde comanda uma troupe de perigosos anarquistas nos espectáculos ao vivo. "Gypsy Punks" consegue reter parte dessa energia, e é uma boa descrição do disco, pois há tanto de uns como de outros. As palavras, numa mistura de patois eslavo e slang nova-iorquino e latino, estão para lá de hilariantes, e títulos como "Think locally fuck globally" dizem bem do manifesto de loucura vodkalizada e paranóia deslocalizada que riscam este CD. Um "melting pot" que os pais fundadores dos Estados Unidos nunca sonhariam, e que soa muito bem, até ao momento em que vomitarmos a aguardente de cereais.
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