Ritmos de Moçambique

Os Timbila Muzimba propõem uma ligação estreita entre som e dança. Vinda dos arredores de Maputo, esta orquestra de dez elementos promete logo à noite envolver a Casa da Música numa teia de percussões e xilofones africanos. Por Nuno Corvacho

É num diálogo permanente entre música e dança que assenta a proposta do grupo moçambicano Timbila Muzimba, que logo à noite irá actuar na Sala 2 da Casa da Música. Tal ligação surge, desde logo, expressa na própria designação da banda, cujas duas palavras remetem para um elemento sonoro ("timbila" é um tipo de xilofone) e outro coreográfico ("muzimba" significa "corpo"). Os espectáculos desta verdadeira orquestra de dez elementos são, pois, concebidos de modo que a cada intervenção musical corresponda um determinado movimento de dança. Formado há nove anos no bairro Unidade 7, nos arredores de Maputo, o grupo conseguiu já algum destaque internacional, ao obter, em 1999, o primeiro prémio no concurso Music Crossroads, realizado na África Austral, e para o qual os concorrentes são seleccionados em representação dos respectivos países. Os Timbila Muzimba, em colaboração com a companhia Trigo Limpo ACERT e a Cooperativa Gesto, vieram a Portugal em 2004 para uma digressão de quatro meses, da qual resultou a gravação de um primeiro álbum, intitulado Por Conta Própria. Como o nome indica, o reportório da banda está centrado no som da "timbila" (instrumento típico do povo Vachopi, que vive no Sudeste de Moçambique); isso não a tem, todavia, impedido de navegar de vez em quando para fora do ancoradouro tradicional, de que são sintoma as influências colhidas do reggae, jazz e hip-hop.
Música
Timbila Muzimba
Casa da Música
Sala 2
PORTO
23h00
Bilhetes a dez euros

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