Festival de Cinema Gay e Lésbico assinala dez anos com número recorde de filmes
Cinema espanhol
e o tema da homofobia vão estar em destaque no festival. De 15
a 22 de Setembro
O Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, que este ano assinala o seu décimo aniversário, vai exibir um número "recorde" de 114 filmes, numa edição subordinada ao tema da homofobia e que inclui uma retrospectiva de cinema espanhol. O evento, que ontem foi apresentado à comunicação social, realiza-se entre os dias 15 e 24 de Setembro no Cinema Quarteto, onde serão exibidos os filmes da programação central e da secção competitiva, que inclui 64 títulos. Pela primeira vez, o festival vai ser alargado ao Cinema São Jorge, onde vão realizar-se as sessões de abertura e encerramento.
Entre os dias 18 e 22 de Setembro, também no Cinema São Jorge, tem lugar uma retrospectiva de cinema espanhol, LGBT, com a exibição de cinco longas-metragens produzidas entre 1962 e 1984. Os eventos paralelos ao festival incluem dois debates sobre a homofobia, no Instituto Franco-Português e no Cinema Quarteto, respectivamente nos dias 19 e 24.
O director do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, João Ferreira, destacou o número "recorde" de filmes que vão ser exibidos este ano, tendo a homofobia como tema dominante, bem como "uma secção competitiva muito forte". Para esta secção foram seleccionadas pela organização, "pela sua qualidade cinematográfica e pertinência social e cultural", dez longas-metragens, 18 documentários e 36 curtas-metragens.
O júri para a melhor longa-metragem é presidido pela actriz e escritora Ana Zanatti e inclui o produtor e distribuidor Daniel Chabannes e o director do Festival de Cinema Gay e Lésbico de Bilbau, o realizador Roberto Castón. O júri para o melhor documentário é presidido pela coordenadora do Teddy Award da Secção Panorama do Festival Internacional de Cinema de Berlim, a jornalista Manuela Kay, e inclui o realizador João Pedro Rodrigues e o actor e encenador Luís Assis. O prémio para a melhor curta-metragem é votado pelo público.
O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa anunciou ontem que o apoio da autarquia, que este ano ascende a 30 mil euros, vai passar a ser concedido no âmbito de um protocolo trianual. Afirmando que o festival "já faz parte da vida cultural da cidade e tem qualidade reconhecida no sector", José Amaral Lopes sublinhou que a medida visa acabar com o "apoio casuístico" que até agora lhe vinha sendo atribuído.