Anousheh Ansari será a primeira mulher a fazer turismo no espaço
A milionária americana de origem iraniana tem por objectivo tornar as viagens espaciais acessíveis a todos
A milionária norte-americana Anousheh Ansari vai viajar rumo à Estação Espacial Internacional, a 14 ou 18 de Setembro - a data está dependente do dia em que for lançado o vaivém Atlantis. Nem queria acreditar quando foi indicada para substituir o japonês Daisuke Enomoto, considerado inapto pela junta médica da Cidade das Estrelas, o centro de treino de cosmonautas, em Moscovo, para ser o quarto turista espacial."Tive de me beliscar para ter a certeza que não era um sonho", revelou Ansari esta semana, em Moscovo. Em criança sonhava ser astronauta e passava horas a admirar o céu, imaginando o que estaria para lá das estrelas."
Segundo a agência espacial russa, a cápsula vai ter de sofrer algumas alterações, por ter um elemento feminino entre a tripulação. Para além da substituição da poltrona por uma adaptada às medidas de Ansari, vão ter de instalar uma nova casa-de-banho.
"Esta não é apenas uma viagem de lazer. Ela quer tornar as viagens espaciais praticáveis para o público. E isso são mais que dez dias de viagem, é um compromisso para a vida", disse o seu marido, Hamid Ansari, que está nervoso mas orgulhoso.
Anousheh Ansari saiu do Irão com 16 anos, quando não sabia ainda falar inglês. Estudou engenharia electrónica e ciências computacionais. Agora está a fazer um mestrado em astronomia.
Fez fortuna com a primeira empresa que fundou com o marido, em 1993, a Telecom Technologies e é a principal financiadora do concurso com um prémio de dez milhões de dólares para a primeira nave privada que fizesse um voo suborbital. O Prémio X foi ganho em 2004 por Burt Rutan.
Em Moscovo apresentou-se com dois emblemas no ombro, um dos EUA e outro do Irão. "Usando os dois emblemas, posso demonstrar que ambos os países fizeram de mim a pessoa que sou hoje", explicou. No seu país de origem a Nojoom, uma revista de astronomia iraniana, refere-se à viagem como um ponto de orgulho, embora a notícia não tenha sido mencionada nos media estatais, devido à sua cidadania americana.